O Banco de Moçambique (BdM) revelou que o Investimento Directo Estrangeiro (IDE) se situou nos 1,8 mil milhões de dólares (113,7 mil milhões de meticais) no primeiro semestre deste ano, representando um aumento de 48% face aos 1,2 mil milhões de dólares (75,8 mil milhões de meticais) contabilizados em igual período de 2023.
Segundo o banco central, a indústria extractiva manteve a “posição de maior receptor de fluxos de investimentos”, com um total de 1,5 mil milhões de dólares, onde 72% deste total de IDE foram absorvidos pelo sector do petróleo e gás.
“O subsector de extracção de carvão mineral registou um incremento anual de 5,1%, totalizando 373,2 milhões de dólares, enquanto a indústria transformadora somou 115,5 milhões de dólares, representando 6,3% do total do IDE em Moçambique”, esclareceu o BdM.
De acordo com a instituição financeira, mais de 28% do IDE aplicado no País de Janeiro a Junho proveio da África do Sul, seguindo-se os Países Baixos, com um peso de 27,5%, e as Maurícias, com 26,4%.
O BdM recordou que, em 2023, o IDE em Moçambique se situou nos 2,5 mil milhões de dólares, verificando-se um crescimento de 2,1% face aos 2,4 mil milhões de dólares contabilizados em 2022.
Entretanto, para 2024, as projecções do Governo apontam que o IDE no País deverá duplicar e posicionar-se nos 4,7 mil milhões de dólares, impulsionado pelos negócios de exploração do gás natural, na bacia do Rovuma, em Cabo Delgado.
“No que concerne ao IDE para 2024, perspectiva-se uma melhoria, influenciada maioritariamente pela retoma das actividades por parte da TotalEnergies no projecto suspenso em 2021 devido aos ataques terroristas”, avançam os dados de suporte ao Plano Económico e Social do Orçamento do Estado (PESOE).
No documento, o Executivo estima um incremento assinalável de importações de serviços especializados por parte dos grandes projectos em curso no País, e espera-se também a expansão de plantas de produção de outros projectos, como a Montepuez Ruby Minning, Hidroeléctrica de Cahora Bassa e Coral Norte FLNG.