A Ordem dos Enfermeiros de Moçambique apelou aos manifestantes para desobstruírem as vias e permitirem que os profissionais de saúde tenham acesso às unidades sanitárias, destacando que o direito aos cuidados de saúde deve ser garantido, mesmo em situações de protesto.
Segundo informou a Lusa, o apelo surge tendo em conta as manifestações que têm ocorrido, principalmente em Maputo, Sul de Moçambique, organizadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, em contestação aos resultados das eleições de 9 de Outubro. Os protestos, marcados por barricadas em estradas e confrontos com a polícia, têm dificultado a circulação de pessoas e bens, incluindo de profissionais de saúde.
Num comunicado enviado à imprensa, a Ordem pediu aos manifestantes que permitam a circulação dos enfermeiros, desde que estes apresentem os seus crachás ou carteiras profissionais: “O direito aos cuidados de saúde deve ser garantido de forma contínua, especialmente para pacientes em situações de urgência e emergência”, sublinha-se na nota.
A entidade relatou ainda que muitos profissionais têm enfrentado dificuldades para chegar aos seus postos de trabalho, resultando em ausências durante os turnos, sobrecarga de trabalho para os que conseguem atender e comprometimento dos serviços de saúde.
As manifestações, que incluíram um apelo à paralisação da circulação automóvel em várias regiões do País, têm como ponto central a rejeição dos resultados eleitorais anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), que atribuiu a vitória a Daniel Chapo, candidato da Frelimo, com 70,67% dos votos, enquanto Venâncio Mondlane, que ficou em segundo lugar com 20,32%, contesta os resultados e denuncia irregularidades.
A Ordem dos Enfermeiros reforça a necessidade de equilíbrio entre o direito à manifestação e a garantia de serviços básicos à população, especialmente o acesso à saúde num momento crítico para o País.