A Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) revelou que Moçambique está entre os países que bloqueiam receitas de companhias aéreas, num total de 9,1 mil milhões de meticais (127 milhões de dólares), segundo informou a Lusa.
De acordo com a IATA, estas receitas estão retidas devido a restrições que limitam o repatriamento de fundos pelas transportadoras aéreas. Para que as companhias possam transferir as receitas para os seus países de origem, é necessária autorização governamental para converter a moeda local em divisas estrangeiras, algo que nem sempre é permitido.
Globalmente, o valor das receitas bloqueadas ascende a 113 mil milhões de meticais, sendo que cerca de 63,8 mil milhões de meticais estão concentrados em países africanos, entre os quais se incluem Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial e Argélia.
A IATA detalha que, na zona do franco CFA da África Central, 16,8 mil milhões de meticais estão retidos em países como Camarões, Congo, Gabão, Guiné Equatorial, República Centro-Africana e Chade. Na África Ocidental, os valores bloqueados ascendem a 5,2 mil milhões de meticais, abrangendo países como Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Mali, Níger, Senegal e Togo.
Entre os países africanos destacados pela IATA, encontram-se ainda Angola, com 5,7 mil milhões de meticais retidos, e a Eritreia, com 5,3 mil milhões de meticais.
No cenário global, o Paquistão lidera a lista de retenção de receitas, com um montante de 22,2 mil milhões de meticais, embora este valor tenha registado uma redução de 6,3 mil milhões de meticais desde Abril.
Apesar de uma ligeira diminuição do valor total de receitas bloqueadas, que no final de Abril era de 114,9 mil milhões de meticais, a IATA alerta para o impacto económico desta situação. “A retenção de receitas afecta directamente a sustentabilidade financeira das companhias aéreas e limita a conectividade global, prejudicando o crescimento económico”, destaca o comunicado.
A associação, que representa 340 membros responsáveis por mais de 80% do tráfego aéreo mundial, apela aos governos para que tomem medidas no sentido de resolver esta questão e facilitem o repatriamento de fundos. Moçambique, juntamente com outros países identificados, é instado a adoptar políticas que estejam em conformidade com as normas internacionais e garantam a regularização das receitas das transportadoras aéreas.