Angola está a adoptar uma série de medidas para aumentar a produção de gás natural e garantir que a produção de petróleo se mantenha acima de um milhão de barris por dia (bpd) até 2027. Além disso, o país procura diversificar a sua matriz energética, com foco em energias renováveis e hidrogénio verde, alinhando-se às tendências globais de sustentabilidade e inovação energética.
Como parte dessa estratégia, Angola lançará uma nova licitação internacional de petróleo e gás no primeiro trimestre de 2025. A licitação incluirá nove concessões offshore, distribuídas entre os blocos 22, 35, 37, 38 e 36 na bacia do Kwanza, e os blocos 40, 25, 39 e 26 na bacia de Benguela. As empresas interessadas em participar poderão submeter propostas à Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), órgão responsável pela regulação do sector no país.
Além disso, a TotalEnergies, uma das maiores operadoras em Angola, iniciará, em Janeiro de 2025, uma pesquisa em fundo oceânico no Bloco 32, em parceria com a Shearwater Geoservices. A pesquisa, que terá duração de dois meses e meio, abrangerá os campos Louro e Mostarda, localizados no projecto Kaombo, em águas ultra-profundas. O objectivo da TotalEnergies é expandir a produção nos seis campos da concessão, reforçando a posição de Angola como um dos maiores produtores de petróleo de África.
O Governo angolano também está a investir na modernização da sua infra-estrutura de refino. A Refinaria de Cabinda, que começará as suas operações comerciais em Julho de 2025, terá capacidade inicial de 30 mil bpd. O projecto, resultado duma parceria entre a Gemcorp (90%) e a Sonangol (10%), produzirá principalmente diesel e combustível para aviação. Numa segunda fase, a refinaria aumentará a capacidade de refino para 60 mil bpd, incluindo a produção de gasolina e gás.
No sector gasífero, Angola está a avançar com o desenvolvimento da primeira iniciativa de gás não associado do país, em parceria com o Novo Consórcio de Gás de Angola (NGC), que inclui a Azule Energy, Cabinda Gulf Oil, Sonangol E&P e TotalEnergies. Com um investimento de 2,4 mil milhões de dólares, o empreendimento, que deve começar a produção entre 2025-26, terá uma capacidade de 330 milhões de pés cúbicos por dia, contribuindo para a diversificação energética e aumento da oferta de gás no país.
A participação do gás natural na matriz energética de Angola deverá atingir 25% até 2025, um aumento significativo em relação aos actuais 7% a 10%. Este crescimento faz parte da estratégia do país para diversificar a sua oferta energética e reduzir a dependência do petróleo.
Fonte: Energy Capital & Power