A Endiama, diamantífera estatal angolana, prevê para 2025 uma produção de 15,1 milhões de quilates de diamantes, acima da previsão para este ano, de 14,6 milhões de quilates, divulgou nesta segunda-feira, 9 de Dezembro, a companhia.
Os dados da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama) foram avançados durante a 10.ª reunião do conselho consultivo do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, que se realiza sob o lema “Recursos Minerais, Petróleo e Gás: Desafios e Soluções”.
Segundo o balanço das acções e projectos 2023/24, no ano que termina, a Endiama esteve estrategicamente focada em racionalizar os processos de produção e na melhoria significativa das actividades de investigação geológica e mineira em todos os projectos, principalmente os de Luachima e de Xamacanda.
Por esta altura, 54 projectos estão em fase de prospecção, dos quais nove em fase avançada e em fase de avaliação, com um investimento, este ano, de 42,3 milhões de dólares, em actividades de investigação geológica e mineira.
De acordo com o balanço, estão em actividade de prospecção efectiva 25 projectos.
O documento indica que a necessidade de modernização das centrais de tratamento de alguns projectos resultou num défice de 1,2 milhões de quilates de diamantes e num défice de 460 mil quilates por falta de equipamentos para a remoção de terras, agravada por falhas mecânicas, escassez de mão-de-obra qualificada e falta de peças de reposição, bem como no défice de 304 mil quilates devido aos projectos que estão a ser reestruturados.
Nas perspectivas para 2025, a Endiama prevê uma produção de 15,13 milhões de quilates de diamantes, o preço médio de 150 dólares por quilate e uma receita bruta de 2,27 mil milhões de dólares.
Em declarações à imprensa, no âmbito do conselho consultivo, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás de Angola, Diamantino Azevedo, referiu que o sector atravessa um momento difícil, devido à quebra dos preços.
“Neste momento, para os diamante, é um momento difícil. Temos também os diamantes sintéticos, que competem agora com os diamantes minerais, e temos ainda a questão das sanções aos diamantes russos. Mas nós temos de continuar a fazer a nossa parte, procurando novos recursos, reservas de diamantes, optimizar os custos e melhorar também os aspectos legais e contratuais, para que possamos ultrapassar esta crise com uma produção que esteja dentro do nosso objectivo”, salientou.
Angola pretende incrementar a capacidade de lapidação de diamantes localmente, com a construção em três fases de 19 novas fábricas até 2026, das quais cinco este ano, que se encontram com um avanço físico de 54%, segundo os dados disponibilizados até 30 de Novembro passado, e que deverão estar concluídas em Março de 2025.
O país africano pretende alcançar a meta de lapidação de diamantes brutos de 21,3 mil quilates até 2027.
Fonte: Lusa