Os utilizadores industriais de energia do Zimbabué conseguiram angariar 250 milhões de dólares do Banco Africano de Exportação-Importação (Afreximbank) para financiar um ambicioso projecto de energia solar. O plano prevê a construção de uma central solar flutuante de 250 megawatts (MW) na barragem de Kariba, o maior lago artificial do mundo. Esta iniciativa visa ajudar o país a enfrentar a crise energética que está a afectar tanto a economia como a vida quotidiana dos cidadãos.
A iniciativa está a ser liderada pelo Grupo de Utilizadores Intensivos de Energia (IEUG), que inclui grandes empresas mineiras, como a Rio Tinto e a Mimosa. Com o objectivo de implementar a central solar em 18 meses, o grupo também planeia expandir a capacidade da instalação para até 1 gigawatt (GW) de energia solar. Edward Cross, presidente do IEUG, revelou que o interesse pelo financiamento foi “excessivo”, evidenciando a confiança no potencial do projecto.
A ideia do empreendimento surge num momento crítico, já que o Zimbabué enfrenta graves cortes de energia devido a uma seca prolongada. A barragem de Kariba, que normalmente tem uma capacidade instalada de 1050 MW, está a gerar apenas 125 MW, o que representa cerca de 11% da sua capacidade total. Como resultado, o país tem enfrentado cortes de energia que chegam a durar até 18 horas por dia, prejudicando a indústria e os consumidores.
A instalação solar flutuante na barragem de Kariba terá um papel fundamental na integração da energia solar com a infra-estrutura hidroeléctrica existente. A infra-estrutura permitirá aumentar a produção de energia renovável no país e garantir maior fiabilidade no abastecimento de electricidade. O Afreximbank, que está a financiar a iniciativa, sublinhou que o projecto será transformador para o Zimbabué, ajudando a diversificar as suas fontes de energia e a garantir um futuro mais sustentável.
A IEUG já obteve uma licença de fornecimento e um contrato de transmissão de 20 anos para conectar a central solar à rede eléctrica nacional, o que assegura a viabilidade a longo prazo do empreendimento. Este passo é crucial para garantir que a energia gerada pela nova instalação solar chegue de forma eficaz aos consumidores, contribuindo para aliviar a pressão sobre o sistema eléctrico do país.
Fonte: Engineering News