A Zâmbia está a procurar resolver um pagamento indevido feito pela sua companhia de electricidade à China, enquanto esta ainda está a finalizar um prolongado acordo de reestruturação da dívida com o país, afirmou o secretário do Tesouro, Felix Nkulukusa.
A Zesco Ltd. – maior empresa de energia na Zâmbia, que produz cerca de 80% da electricidade consumida no país – tem vindo a acumular receitas provenientes da venda de energia numa conta titularizada de uma central eléctrica construída e financiada por empresas chinesas e, “infelizmente”, transferiu cerca de 80 milhões de dólares dessa conta, disse o funcionário do Tesouro.
O país chegou a um memorando de entendimento com o seu comité oficial de credores, co-presidido pela China e pela França, em Outubro do ano passado, mas ainda não assinou um acordo final com a nação asiática. Só depois disso é que os pagamentos poderão ser retomados.
O passo em falso realça as complexidades da reestruturação da dívida que começou em 2020, quando a Zâmbia se tornou a primeira nação africana a entrar em incumprimento durante a era da pandemia. Além disso, põe também em evidência as contas securitizadas (ou contas de garantia), por vezes opacas, que podem acompanhar os empréstimos para projectos.
O Governo propôs que o pagamento fosse considerado um adiantamento dos juros da dívida à China a partir de 2023, reiterou Nkulukusa numa entrevista concedida no domingo (8). “É essa a discussão que estamos a ter”, declarou o responsável, acrescentando: “Estamos a procurar uma solução para esta situação.”
Fonte: BNN Bloomberg