As manifestações gerais que acontecem em Moçambique há mais de 30 dias já alcançaram níveis alarmantes, o que tem despertado preocupação a todos os níveis, tanto nacional como internacionalmente. Nos últimos dias, grandes empresas anunciaram perdas, e algumas o seu encerramento, devido aos prejuízos causados pela invasão e destruição das suas matérias de produção.
Neste sentido, para apaziguar o cenário, o sector privado, através da Confederação das Associações Económicas (CTA), reuniu-se nesta segunda-feira, 9 de Dezembro, com o Presidente da República, Filipe Nyusi, onde pediram para o Governo tomar medidas para colocar fim ao “vandalismo” das instituições e levarem à restauração da paz com soluções políticas.
“Entendemos que a solução para a presente crise só pode ser política e não de qualquer outra natureza, muito menos a militar, a policial ou de outro tipo de pressão”, declarou o presidente da agremiação, Agostinho Vuma.
Em reacção, o chefe do Estado alertou haver riscos para soluções políticas, pois obrigam ao abandono da lei: “Quando se toma uma medida política, às vezes abandona-se a lei e é essa lei que nos amarra”, esclareceu.
Nyusi afirmou que tem realizado várias reuniões para procurar soluções para a crise pós-eleitoral caracterizada por manifestações e paralisações, num cenário em que “muitas sensibilidades divergem” nas suas propostas.
“As leis são feitas por pessoas e temos de ver em que momento se avança para uma solução, de modo a evitar criar precedentes cíclicos a nível do nosso País. Os encontros que estamos a desenvolver tendem a procurar soluções, não podemos estar numa caixa, fechados, a pensar que tomamos as melhores decisões”, apontou.
“Estas perdas colocam em risco o alcance da meta de crescimento económico de 5,5%, previsto para o presente ano”, disse o presidente da agremiação, Agostinho Vuma, depois de um encontro que manteve com empresários para traçar estratégias de recuperação. E continuou: “Sobre o impacto das manifestações, a forma mais saliente foi a vandalização de unidades empresariais, sendo que já foram afectadas cerca de 150 em todo o País, das quais 80% na cidade e província de Maputo”.
O candidato presidencial Venâncio Mondlane apelou para uma nova fase de contestação eleitoral de uma semana, de 4 a 11 de Dezembro, em “todos os bairros” de Moçambique, com paralisação da circulação automóvel das 08h00 às 16h00.