Um grupo de investigadores da Universidade de Southampton, no Reino Unido, está a testar um drone equipado com um “sistema nervoso” feito de fibras ópticas. Esta tecnologia foi inspirada no sistema nervoso humano, que permite ao aparelho monitorizar o seu próprio estado estrutural em tempo real, reduzindo a necessidade de aterrar para inspecções de segurança e aumentando o tempo de voo.
O sistema utiliza luz em vez de electricidade para enviar informações instantâneas sobre a integridade do drone, o que evita os problemas de interferência que os sistemas electrónicos enfrentam.
Este “sistema nervoso” utiliza uma técnica conhecida como optical speckle, que projecta imagens com base no que as fibras ópticas “sentem”. Esta informação é fornecida à Inteligência Artificial (IA), que interpreta esses dados para avaliar possíveis desgastes e tensões na estrutura do drone.
“O sistema não só torna as operações com drones mais eficientes, como também reduz a carga de trabalho das equipas de terra, proporcionando uma operação mais segura e económica”, explica Martynas Beresna, investigador do projecto, em comunicado. O objectivo é que a tecnologia ajude a manter os drones operacionais durante mais tempo e a um custo mais baixo, o que poderá transformar sectores como a logística, a saúde e a vigilância.
De acordo com a revista Galileu, esta tecnologia foi inicialmente desenvolvida como parte de um projecto de estudantes de engenharia aeroespacial para transportar equipamento médico de emergência. O drone equipado com o sistema de fibra óptica apresentou um excelente desempenho nos testes, apontando um futuro promissor para a utilização desta inovação.
Chris Holmes, investigador principal, afirma que a equipa pretende comercializar este drone até 2025, visando um mercado que, segundo a PwC, deverá valer até 45 mil milhões de libras (3,6 biliões de meticais) a nível global até 2030.
Com esta inovação, a equipa de Southampton acredita estar na vanguarda de uma revolução no uso de drones, tornando-os mais autónomos, confiáveis e com potencial para operar missões complexas sem a necessidade de intervenções frequentes de manutenção.
Para saber mais sobre o funcionamento do drone com o “sistema nervoso”, veja o vídeo realizado pelos membros da equipa.