A mineradora Kenmare garantiu que a mina que explora em Moma, na província de Nampula, Norte de Moçambique, uma das maiores produtoras mundiais de titânio e zircão, está a operar “normalmente, apesar da desordem” provocada por manifestantes, que invadiram as suas instalações.
“Embora a maioria dos manifestantes tenha participado pacificamente, uma parte esteve envolvida em desordem civil e actividades criminosas, incluindo confisco e danos a veículos, alguns dos quais foram posteriormente devolvidos. No entanto, não houve danos nas instalações da empresa e as operações na mina continuam normalmente”, esclareceu a mineradora através de um comunicado.
Citado pela TipRanks, a empresa explicou nesta segunda-feira, 9 de Dezembro, que “a presença de autoridades no terreno aumentou, o que acalmou a situação no fim-de-semana, e que continua empenhada em manter uma comunicação aberta com todas as partes interessadas para apoiar a resolução rápida e pacífica da situação.”
A mineradora irlandesa sublinhou que a “segurança e o bem-estar dos funcionários, dos empreiteiros e das comunidades anfitriãs continuam a ser as maiores prioridades da Kenmare e não há registo de feridos no contexto dos protestos pós-eleitorais que também se registam na área”.
“A empresa está a monitorar a situação de perto e a tomar medidas de precaução para garantir a segurança contínua do seu pessoal e a integridade das suas instalações. Ao contrário de alguns relatos dos media, a administração permaneceu no local da mina e nenhum funcionário foi retirado”, elucidou.
A mina de Moma contém reservas de minerais pesados que incluem titânio, ilmenite e rútilo, utilizados como matérias-primas para produzir pigmento de dióxido de titânio, assim como o mineral de silicato de zircónio de valor relativamente elevado, o zircão.
Na sexta-feira, 6 de Dezembro, um grupo de manifestantes, maioritariamente constituído por população da localidade de Topuito, no distrito de Larde, invadiu o estaleiro da mineradora. Os protestantes impediram a avioneta que transportava trabalhadores e executivos da empresa de pousar no aeródromo local.
Órgãos de informação nacionais avançaram que as principais vias de acesso à mina e ao acampamento da empresa foram bloqueadas pelos manifestantes e apoiantes do candidato presidencial, Venâncio Mondlane.
Apesar da queda na produção, as vendas registaram um aumento significativo, com embarques 85% superiores aos do mesmo período do ano anterior, atingindo 302 700 toneladas. Este aumento deveu-se a melhores condições climáticas e à eficiência nos prazos de expedição.