O Banco de Moçambique (BdM) fez saber que as exportações de gás natural no primeiro semestre fixaram-se em mais de 901 milhões de dólares (56,9 mil milhões de meticais), o correspondente a um aumento de 33% face a igual período do ano anterior.
De acordo com um relatório do banco central, este incremento foi influenciado pelo “aumento do volume exportado, associado ao início da actividade de exploração e exportação do gás na área 4 da bacia do Rovuma, num contexto em que, no mercado internacional, o preço médio baixou 28%.”
O documento recordou que as vendas de gás natural ascenderam a 1,7 mil milhões de dólares em 2023, um aumento de 218% se comparadas com os dados de 2022, em que o valor da exportação se situou nos 541,6 milhões de dólares.
O aumento nas exportações de gás natural continua a ser explicado pelo arranque, no final de Outubro de 2022, da operação na Área 4 – o único dos três projectos aprovados já em fase de produção – pela Mozambique Rovuma Venture (MRV), uma ‘joint venture’ em co-propriedade da ExxonMobil, Eni e CNPC (China), que detém 70% de interesse participativo no contrato de concessão, cuja produção de gás natural arrancou em 2022.
Em Junho, a Eni, concessionária da Área 4 do Rovuma, tem em curso o desenvolvimento de uma segunda plataforma flutuante, cópia da primeira e designada Coral Norte, para aumentar a extracção de gás.
A empresa informou na altura que este plano envolve a aquisição de uma segunda plataforma flutuante, conhecida como FNLG, para a área Coral Norte, idêntica à que opera na extracção de gás, desde meados de 2022, na área Coral Sul.
“A Eni está a trabalhar para o desenvolvimento do Coral Norte através de uma segunda FLNG em Moçambique, aproveitando a experiência e as lições aprendidas na Coral Sul FLNG, incluindo as relacionadas com custos e tempo de execução”, acrescentou.
Um documento divulgado anteriormente, elaborado pela firma moçambicana Consultec para a petrolífera Eni, apontou tratar-se de um investimento de 7 mil milhões de dólares, sujeito à aprovação do Governo moçambicano.
Se o cronograma correr como previsto, a plataforma começará a produzir na segunda metade de 2027, ou seja, poderá arrancar ainda antes dos projectos em terra, que dependem de implicações de segurança devido à rebelião armada em Cabo Delgado.
A Coral Norte vai ficar estacionada 10 quilómetros a norte da Coral Sul, cuja produção arrancou em Novembro de 2023, tornando-se no primeiro projecto a tirar proveito das reservas da bacia do Rovuma.