A Zâmbia e a França assinaram um acordo bilateral de reestruturação da dívida, um passo crucial após o incumprimento do país africano desde há quatro anos. Este acordo visa renovar cerca de 13 mil milhões de dólares em dívida externa, iniciando um processo que começou quando a Zâmbia entrou em incumprimento durante a pandemia de covid-19 em 2020.
O ministro das Finanças da Zâmbia, Situmbeko Musokotwane, destacou a importância do acordo durante a cerimónia de assinatura, realizada no último domingo, 8 de Dezembro, em Lusaka. “Há três anos, a Zâmbia era um caso perdido”, afirmou Musokotwane, sublinhando o carácter histórico da parceria, que representa uma grande mudança na gestão da dívida externa do país.
Este acordo com a França é o primeiro assinado pela Zâmbia com credores bilaterais oficiais, como China, Arábia Saudita e Índia. É também o primeiro a ser firmado sob as directrizes do Quadro Comum do G20, que visa a reestruturação da dívida de países em dificuldades, um processo criticado pela sua lentidão devido à necessidade de reunir múltiplos credores.
Nos termos da parceria, a Zâmbia adiou a maturidade da sua dívida em média 12 anos, para além de 2040. As taxas de juro serão de 1% durante os próximos 14 anos, subindo para no máximo 2,5% após esse período, conforme o cenário base da reestruturação acordado.
Este acordo representa um marco importante na procura da Zâmbia por resolver a crise da sua dívida e restaurar a estabilidade económica. A reestruturação da dívida externa é uma das principais prioridades do Governo, que visa garantir uma recuperação financeira sustentável para o país a longo prazo.
Com a assinatura do acordo, a Zâmbia dá um passo decisivo para a sua recuperação económica, apesar das críticas ao processo de reestruturação. A aliança com a França pode servir como modelo para outros países africanos que enfrentam desafios semelhantes em relação à sua dívida externa.
Fonte: Bloomberg