A falta de chuva está a agravar a crise de água na cidade de Nampula, Norte de Moçambique, razão pela qual o tempo de fornecimento do precioso líquido passou de 16 para cerca de oito horas por dia, informou no sábado, 7 de Dezembro, a Agência de Informação de Moçambique.
O administrador da Águas da Região Norte, (AdRN), Capitine Ernesto, explicou que a albufeira da barragem de Nampula sobre o rio Monapon regista um baixo nível de água, o que obrigou o organismo a restringir o fornecimento do precioso líquido. Actualmente, o abastecimento na cidade de Nampula situa-se em 30%.
Construída na década de 1960, a barragem de Nampula tem capacidade de encaixe de quatro milhões de metros cúbicos e satisfazia, naquele tempo, os pouco mais de 120 mil habitantes da cidade.
“Agora estamos com 4,4 metros de altura dos dez da albufeira, o que nos permite produzir cerca de 17 ou 18 mil metros cúbicos de água por dia. Esta quantidade é inferior à demanda da cidade, que está estimada em 120 mil metros cúbicos diários. A distribuição está a ser feita de forma controlada para que a pouca quantidade de água chegue para todos”, revelou o responsável.
A fonte fez saber que, numa situação normal, a distribuição é feita até um máximo de 16 horas por dia e que com a actual crise desceu para cerca de oito horas. “Contudo, estamos preparados para enfrentar situações piores e, por isso, identificámos algumas fontes que, apesar de não serem suficientes, podem ajudar em caso de crise iminente. Aqui na cidade de Nampula temos também quatro estacões móveis e o maior desafio será a distribuição, mas já activámos os 50 pontos que tínhamos durante a fase da covid-19 para abastecermos alguns locais mais críticos que estão no extremo da rede”, disse.
Numa situação normal, a barragem de Nampula, já com mais de 60 anos de idade, produz, em média, 40 mil metros cúbicos de água para uma população de aproximadamente 800 mil habitantes.