O Partido Optimista pelo Desenvolvimento de Moçambique (Podemos) desmentiu as declarações do Conselho Constitucional (CC), que afirmou que o partido não apresentou recursos relacionados às eleições gerais de 9 de Outubro, para reivindicar a vitória do seu candidato presidencial, Venâncio Mondlane, informou o Rfi.
Segundo o conselheiro jurídico do partido, Dinis Tivane, “o recurso submetido inclui a centralização das eleições presidenciais, legislativas e provinciais, e a alegação de omissão por parte do CC é infundada”.
Tivane destacou que, apesar de possíveis ambiguidades na redacção do recurso, ele abrange todas as eleições, conforme a Deliberação 105 da Comissão Nacional de Eleições (CNE). O partido também denuncia que o CC rejeitou deliberar sobre alegações de fraude eleitoral, como a participação de cidadãos estrangeiros sem capacidade eleitoral.
“Estamos a tratar de votos ilegais, de cidadãos do Zimbabué que participaram na eleição. Agora o Conselho Constitucional rejeita apreciar o recurso, alegando intempestividade”, criticou o responsável.
O Podemos, que apoia o candidato presidencial Venâncio Mondlane, reforçou seu apelo à continuidade das manifestações até que as alegações de fraude sejam investigadas e a transparência eleitoral garantida.
As manifestações pós-eleitorais continuam a impactar o País, com pelo menos 90 mortes registradas desde 9 de Outubro, de acordo com a Plataforma Decide. Além disso, dois dos principais centros de produção de energia eléctrica em Moçambique, Ressano Garcia e Gigawatt, foram forçados a interromper suas operações devido à pressão de manifestantes.
A interrupção das centrais termoeléctricas resultou em cortes de energia no Sul do País, incluindo Maputo, afectando cerca de 30% da demanda energética da região.
O ambiente político e social em Moçambique permanece tenso, enquanto as reivindicações por transparência eleitoral e a reposição da verdade continuam a mobilizar sectores da população.