A multinacional Twigg, responsável pela exploração do maior jazigo de grafite de Moçambique, em Balama, província de Cabo Delgado, Norte do País, enfrenta uma situação de prejuízos financeiros devido ao bloqueio da sua zona mineira, fábrica e escritórios na comunidade de Pirira.
Segundo informou o jornal notícias, há mais de 60 dias que as operações estão paralisadas, comprometendo o pagamento de salários a mais de 300 trabalhadores, as obrigações com fornecedores e a canalização de impostos para o Estado.
O director geral da Twigg, Agnaldo Laice, afirmou que a interrupção prolongada das actividades agrava diariamente a situação financeira da empresa.
“Cada dia parado representa mais perdas. Apesar das alegações da comunidade, precisamos de trabalhar para produzir e contribuir para o desenvolvimento do País”, afirmou Laice, que não revelou o valor exacto dos prejuízos, mas descreveu o impacto como significativo.
A paralisação, iniciada por comunidades reassentadas para dar lugar à mina, ocorre num contexto de reivindicações por promessas que, segundo os moradores, a empresa não cumpriu ao longo de 11 anos. No entanto, o responsável apontou a existência de indícios de instigação por parte de antigos funcionários, agravando o conflito.
O bloqueio está também a afectar os planos de expansão da empresa e a estabilidade do mercado de grafite, um recurso estratégico globalmente. Além disso, as negociações mediadas pelo governador da província, Valige Tauabo, não produziram avanços, enquanto a comunidade insiste que apenas dialogará com o proprietário da empresa.
Com barricadas protegidas por milícias locais, conhecidas como naparamas, a empresa está impossibilitada de retomar as operações. Mesmo com esforços para resolver o impasse, as perdas acumuladas e a incerteza sobre o futuro intensificam os desafios financeiros e operacionais da Twigg, ameaçando a sustentabilidade de um dos maiores investimentos na região.