A província do Niassa, Norte de Moçambique, registou, este ano, uma redução nos casos de conflitos entre humanos e a fauna bravia, com 99 ocorrências de Janeiro a Novembro, comparativamente aos 114 casos do mesmo período de 2023. Contudo, o número de vítimas fatais subiu de 11 para 16, indicando um aumento na gravidade dos ataques, informou o jornal notícias.
Os animais mais envolvidos nesses conflitos incluem leões, leopardos, elefantes, crocodilos, hipopótamos, búfalos, hienas e serpentes. Os ataques resultaram na destruição de 37,8 hectares de campos agrícolas em distritos como Lago, Marrupa, Maúa, Mavago, Majune, Mecula e Metarica, áreas que integram a zona de conservação e tampão da Reserva Especial do Niassa (REN).
Segundo Matias Chapungo, porta-voz do Conselho Executivo Provincial, a principal causa dos conflitos é a escassez de água potável nas zonas remotas da REN, que leva os animais a se aproximarem das comunidades. Outros factores incluem a prática de pesca artesanal em rios que também servem de habitat para crocodilos e hipopótamos, além da invasão de campos agrícolas por animais em busca de alimentos.
Para proteger as populações, fiscais faunísticos abateram 18 animais considerados problemáticos. Apesar destes desafios, a província registou avanços na pesca artesanal e aquacultura, com melhorias técnicas e o fornecimento de equipamentos pelo Programa de Desenvolvimento da Aquacultura de Pequena Escala (PRODAPE), contribuindo para o aumento da produção e da produtividade.