A lenta implementação de projectos de expansão da rede de Internet, a coordenação deficiente entre instituições e a burocracia excessiva têm prejudicado os esforços para aumentar a inclusão digital em Moçambique, reportou o jornal notícias, esta sexta-feira, 6 de Dezembro,
Segundo informou o órgão, dados recentes mostram que apenas 7,8 milhões de pessoas no País têm acesso à Internet, enquanto a penetração da banda larga móvel está limitada a 27%. Apesar da relevância do tema, muitos projectos de expansão estão em curso há mais de cinco anos, sem contribuir de forma significativa para o desenvolvimento da economia digital, conforme afirmou o ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala.
Durante um encontro promovido pelo Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique (INCM), em Maputo, o governante explicou que a falta de colaboração entre instituições resulta na implementação isolada de iniciativas, muitas vezes com impacto limitado nas comunidades.
“O modelo convencional de negócios e a sua operação não são sustentáveis. O Fundo de Serviço de Acesso Universal (FSAU) é actualmente o único canal para conectividade digital rural”, destacou Magala.
O ministro apontou também as dificuldades enfrentadas pelas operadoras de redes móveis em investir em áreas rurais, “o que se torna um obstáculo significativo para alcançar comunidades em localidades isoladas”. Apesar disso, o sector tem promovido a conectividade digital, essencial num mundo marcado pela quarta revolução industrial, com tecnologias como a Inteligência Artificial a ganharem protagonismo.
Por sua vez, Helena Fernandes, presidente do Conselho de Administração do INCM, enfatizou a importância das comunicações para o funcionamento da economia e da sociedade, devido aos benefícios trazidos pela conectividade. Nesse sentido, defendeu “a necessidade de garantir infra-estrutura de redes acessíveis, aumentar a capacidade de uso e assegurar a segurança digital.”
Como exemplo prático, a responsável destacou que, “em Setembro, mais de 21 milhões de dispositivos trafegaram pelas redes de telecomunicações em Moçambique, sendo que cerca de um terço deles acedeu à Internet. Estes números reforçam a importância de acelerar iniciativas que ampliem o acesso à conectividade, sobretudo em áreas menos favorecidas.”