Moçambique está entre as nações africanas que expressaram insatisfação com a nova meta de financiamento climático definida na COP29, realizada em Novembro em Baku, Azerbaijão.
O objectivo, estabelecido para mobilizar cerca de 19,2 mil milhões de meticais (300 mil milhões de dólares) anuais até 2035, foi amplamente criticado por ser insuficiente diante dos desafios enfrentados pelos países em desenvolvimento, incluindo os graves impactos das mudanças climáticas que afectam Moçambique, segundo informou o portal Engineering News.
Frequentemente atingido por fenómenos extremos como ciclones, inundações e secas, Moçambique enfrenta uma pressão crescente sobre as suas comunidades e economia.
De acordo com um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), os efeitos das mudanças climáticas poderão reduzir o Produto Interno Bruto (PIB) de países africanos, como Moçambique, em até 5% nos próximos anos. Além disso, a exposição de milhões de pessoas a eventos climáticos extremos ameaça agravar a pobreza e comprometer esforços de desenvolvimento.
A meta de 19,2 mil milhões de meticais, que substitui os anteriores 6,4 mil milhões de meticais anuais prometidos, será composta por uma combinação de financiamento privado, empréstimos e outras fontes, o que pode dificultar o acesso dos países mais vulneráveis. Especialistas afirmam que o montante necessário para atender às necessidades reais de adaptação e mitigação climática supera 64 mil milhões de meticais anuais.
Durante a COP29, Moçambique apelou por um maior apoio internacional para financiar projectos que garantam resiliência climática e protejam as comunidades mais afectadas. Estas medidas incluem o reforço de infra-estruturas, a protecção de áreas costeiras e o fortalecimento da agricultura sustentável.
Com impactos climáticos cada vez mais severos e recursos financeiros insuficientes, a resposta global à crise climática permanece um desafio significativo para Moçambique, que busca soluções viáveis para garantir a segurança e o desenvolvimento sustentável do País.