A japonesa Mitsui & Co está a colaborar com a TotalEnergies e o governo de Moçambique para finalizar os planos com vista ao reinício da construção do projecto de gás natural liquefeito (GNL) em Moçambique, avaliado em 20 mil milhões de dólares, afirmou esta quinta-feira, 5 de Dezembro, o CEO Kenichi Hori.
O projecto Mozambique LNG, liderado pela TotalEnergies, enfrentou atrasos devido a preocupações relacionadas com a segurança na Província de Cabo Delgad.
“Estamos a trabalhar em estreita colaboração com a operadora TotalEnergies e o governo de Moçambique para garantir a segurança e finalizar os preparativos para a retoma da construção”, disse Hori aos investidores, acrescentando que a situação de segurança na área está a mostrar sinais de melhoria.
“Vários pontos críticos ainda precisam de ser superados, mas estamos agora na fase final dos preparativos para retomar a construção o mais rápido possível”, afirmou.
Destacando a forte competitividade do projecto, o gás de alta qualidade e as reservas substanciais, Hori referiu que a empresa japonesa avançará, ao mesmo tempo que gerirá cuidadosamente os riscos locais.
O CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanne, afirmou em Outubro que 70% a 80% de um pacote de financiamento de 14 mil milhões de dólares que sustenta o projeto havia sido reconfirmado pelos financiadores.
“Estamos a aguardar luz verde de três agências de crédito, algumas delas em países ocidentais onde as regras sobre o gás mudaram… assim que isso estiver resolvido, avançaremos”, disse Pouyanne na altura.
A Mitsui prevê que o GNL continue a desempenhar um papel a longo prazo como uma solução viável para a transição energética global, referiu Hori, apontando para o compromisso da empresa em expandir o seu negócio de GNL.
Moçambique tem três projectos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, todas localizadas ao largo da costa da província de Cabo Delgado.
Dois desses projectos têm maior dimensão e prevêem canalizar o gás do fundo do mar para terra, arrefecendo-o numa fábrica para depois o exportar por via marítima em estado líquido.
Um é liderado pela TotalEnergies (consórcio da Área 1) e as obras avançaram até à suspensão por tempo indeterminado, após o ataque armado a Palma, em Março de 2021, altura em que a energética francesa declarou que só retomaria os trabalhos quando a zona fosse segura. O outro é o investimento ainda sem anúncio à vista liderado pela ExxonMobil e Eni (consórcio da Área 4).