Cada vinho tem características únicas que são determinadas por numerosos factores, tais como as uvas utilizadas, o tipo de solo em que são cultivadas, a qualidade dessas uvas, a experiência do produtor na gestão das vinhas e os conhecimentos do enólogo da adega, seguidos dos tipos de maturação e envelhecimento a que o vinho será submetido.
É importante compreender que a maturação é a fase que decorre entre o fim da fermentação e o engarrafamento. O envelhecimento, por sua vez, é utilizado para designar o período entre o engarrafamento e a abertura da garrafa.
Durante qualquer tipo de vinificação, o açúcar é transformado em álcool pelas leveduras, desenvolvendo aromas primários (de fruta e flores). Nesta altura, o vinho ainda está imaturo e precisa de ser aperfeiçoado, embora já seja considerado vinho para todos os efeitos, incluindo a lei que diz que “vinho é o resultado da fermentação do mosto de uvas viníferas”. Neste ponto, precisa de crescer, descansar para harmonizar aromas e sabores, ganhar complexidade aromática e gustativa e equilibrar a acidez e amaciar os taninos, reduzindo a sua adstringência e proporcionando um grande prazer ao ser degustado.
Os vinhos são geralmente envelhecidos em barricas de carvalho, tanques de aço inoxidável ou ânforas de barro. Veja abaixo a diferença.
Maturação em barris de carvalho
Este é geralmente o método mais conhecido e mais utilizado, especialmente para vinhos tintos de médio e longo envelhecimento. Este método realça a cor e o sabor dos vinhos, além de garantir o famoso toque amadeirado. Devido à porosidade da madeira, há uma oxigenação discreta e gradual, que reduz a intensidade e a adstringência dos taninos, tornando-os mais macios e dando-lhes uma textura aveludada. A acidez também se torna mais equilibrada. Os aromas e sabores são enriquecidos pelo perfil da madeira utilizada, pelo seu processo de secagem e pelo grau de torrefacção a que foi submetida. Na maior parte das vezes, o barril transmite notas de especiarias, café, baunilha, coco e chocolate.
A utilização de barricas de madeira para maturidade demonstrará a perícia do enólogo na sua utilização, uma vez que a maturação deverá acrescentar complexidade, expressão e equilíbrio ao vinho, sem, no entanto, descaracterizar a casta a partir da qual foi produzido. Alguns brancos são amadurecidos em barricas de carvalho, adquirindo uma textura mais amanteigada e uma cor mais intensa. É o caso dos Chardonnays, que beneficiam do uso da madeira, adquirindo mais corpo e personalidade. Trata-se de um processo muito tradicional na Borgonha e que continua a ser muito apreciado pelos especialistas.
Maturação em tanques de inox
Os vinhos brancos são geralmente amadurecidos em cubas ou tanques de aço inoxidável, pois este material evita a exposição ao oxigénio, mantendo a frescura, a leveza e a acidez vibrante essenciais aos brancos. Este método é muito utilizado nas adegas mais tecnológicas, onde as tanques de parede dupla permitem um controlo mais preciso da temperatura.
Amadurecimento em ânforas
Trata-se de uma técnica antiga que remonta a 600 a.C., quando se utilizavam jarros, ânforas ou peças de cerâmica. Antigamente, as ânforas eram enterradas para completar o processo de fermentação. Actualmente, esta técnica voltou a ser utilizada em muitos países. A metodologia milenar ganhou reconhecimento nos últimos tempos porque o seu processo interfere muito pouco no resultado final da bebida. A cerâmica utilizada na confecção das ânforas preserva as características típicas das castas, trazendo elegância, notas terrosas, minerais e taninos redondos. A porosidade do betão promove a micro-oxigenação, contribuindo para vinhos mais redondos no palato.
Fonte: NSC Total