O Governo pediu na segunda-feira, 2 de Dezembro, mais calma e paciência aos professores, reafirmando que, a breve trecho, vai pagar as horas extraordinárias em dívida e, deste modo, honrar os seus compromissos, informou a Agência de Informação de Moçambique.
O órgão conta que no dia 2 de Dezembro (primeiro dia dos exames em todo o País), pelo menos oito escolas secundárias da província de Maputo não realizaram os exames finais como protesto contra a falta pagamento das horas extraordinárias, algo que os professores já tinham dito há dias que iriam fazer.
Num breve contacto que manteve com jornalistas, depois da cerimónia oficial de abertura da época dos exames escolares no País, que teve lugar no distrito da Manhiça, província de Maputo, o vice-ministro da Educação e Desenvolvimento Humano, Manuel Banzo, reconheceu que a dívida das horas extraordinárias do Governo para com os professores é ilegal.
“Nós pedimos um pouco mais de paciência pois o Governo vai resolver este problema. Isto não é uma promessa falsa”, disse o governante.
Questionado sobre a situação dos alunos que não puderam fazer exames, Manuel Banzo disse não estar a par do assunto, prometendo pronunciar-se depois de apurar os factos no terreno.
Sobre o actual mandato do Governo, que está prestes a findar, Manuel Banzo explicou que o processo de pagamento não tem nada que ver com os mandatos governamentais, pois existe uma memória institucional.
O vice-ministro assegurou que, independentemente do Executivo que tomar posse, “as horas extraordinárias têm de ser pagas”, admitindo, de seguida, que o Governo está a envidar um tremendo esforço para o efeito.
“Diria que é um processo um pouco complexo, que passa pela identificação das horas extraordinárias e esse trabalho tem sido feito. Depois procede-se ao pagamento que está centralizado. O valor vai directamente para as contas dos professores”, afirmou.
Existem mapas que indicam os professores que já auferiram os seus ordenados das horas extraordinárias e dos que ainda estão em falta, dos anos de 2022 e 2023. “A decisão que se tomou foi a de se concluir o pagamento de 2022 e depois começar o de 2023, e assim sucessivamente. Mas eu garanto que o Governo vai pagar as horas extra”, reiterou.
Questionado sobre o perigo de ter professores descontentes num sector nevrálgico para a formação e desenvolvimento humano do País, Manuel Banzo disse existirem no sector recursos humanos altamente qualificados, profissionais “e com índices de motivação e compromisso acima da média”.