O presidente do Município de Maputo, Rasaque Manhique, fez esta terça-feira (3) um apelo público ao civismo durante as manifestações pós-eleitorais que têm causado perturbações significativas na capital do País. O autarca destacou os prejuízos para os serviços básicos e para as infra-estruturas, lamentando o impacto das barricadas e dos actos de vandalismo no quotidiano dos munícipes, tal como informou o jornal O País.
“Quando as barricadas não permitem que os munícipes consigam chegar aos hospitais, à escola ou mesmo sepultar um familiar, isso já constitui uma humilhação para todos nós”, afirmou Manhique, numa conferência de imprensa convocada pelo conselho municipal de Maputo.
O edil sublinhou que o direito à manifestação é garantido pela Constituição da República, mas reforçou que este deve ser exercido dentro dos limites da lei. “Quando as manifestações não observam os ditames legais criam prejuízos consideráveis à cidade, incluindo a destruição de bens públicos e a interrupção de serviços essenciais”, explicou.
Impacto na Recolha de Resíduos
Entre os serviços mais afectados pela instabilidade está a recolha de resíduos sólidos. De acordo com Manhique, Maputo produz diariamente cerca de 1,3 toneladas de lixo e a paralisação das operações de recolha devido aos bloqueios nas vias públicas tem agravado os riscos sanitários.
“Já a recolha desta quantidade de lixo exige um trabalho árduo de todos os intervenientes. Com os resíduos acumulados nas ruas, aumentam as probabilidades de proliferação de doenças”, alertou, chamando a atenção para o impacto negativo na saúde pública.
Infra-Estruturas e Serviços Bloqueados
Além do lixo, Manhique destacou a destruição de infra-estruturas públicas e a dificuldade de acesso a serviços essenciais como saúde, educação e transporte. “Estas infra-estruturas são nossas, são de todos nós. Devemos preservá-las em vez de destruí-las”, reforçou.
O edil denunciou ainda que as barricadas instaladas em várias áreas da cidade prejudicam a circulação de ambulâncias, transporte público e outros serviços fundamentais. “Estas acções acabam por penalizar os próprios munícipes, que dependem destes serviços para o seu dia-a-dia”, acrescentou.
Apelo ao Respeito pela Ordem Pública
Perante o cenário de tensão, o presidente do Município apelou aos munícipes para que mantenham a calma e evitem participar em manifestações violentas. “Devemos encontrar formas pacíficas e legais de expressar as nossas opiniões, sem comprometer a segurança e o bem-estar de todos”, concluiu.
Enquanto isso, está prevista para quarta-feira, 4 de Dezembro, o início de mais uma etapa de manifestações pacíficas em todo o País, conforme anunciado pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane na segunda-feira (2). A iniciativa, apelidada de “Período Four by Four”, faz parte da quarta fase de protestos promovidos pelo político e decorrerá até 11 de Dezembro, com actividades programadas para bairros de diferentes regiões do território nacional.