O embaixador de Portugal em Moçambique, António Costa Moura, destacou esta segunda-feira (2) a resiliência da comunidade portuguesa no País, apelando à manutenção do espírito de cooperação e entreajuda face à instabilidade resultante do período pós-eleitoral, informou a Lusa.
“O sentimento geral é de perplexidade e preocupação, mas também de coragem e de muita resiliência. A comunidade tem demonstrado grande espírito de entreajuda, algo essencial nestes momentos”, afirmou o diplomata durante uma conferência em Maputo.
Costa Moura sublinhou que a embaixada e o consulado-geral têm reforçado a monitorização da segurança e promovido encontros com representantes da comunidade portuguesa. “Com o apoio quotidiano das instituições diplomáticas, acreditamos que seremos capazes de contribuir para uma solução, desde que os nossos irmãos moçambicanos o entendam necessário”, acrescentou.
A comunidade portuguesa em Moçambique é composta por dezenas de milhares de cidadãos, além de cerca de 400 empresas ligadas a Portugal a operar no País. Durante este período de manifestações e confrontos, agravados após as eleições gerais de 9 de Outubro, o consulado-geral manteve as portas abertas e realizou reuniões com membros da comunidade para avaliar riscos e reforçar medidas de segurança.
“O que nos foi relatado reflecte uma capacidade impressionante de adaptação e uma serenidade notável, mesmo face à volatilidade da situação”, disse o cônsul-geral em Maputo, Fernando Morgado, que participou nas consultas realizadas nos últimos dias.
Segundo Morgado, a resposta da comunidade tem sido pautada por prudência e confiança, apesar das incertezas. “Continuaremos a manter a porta aberta e a actualizar as recomendações de segurança, sempre em contacto próximo com os cidadãos portugueses”, afirmou.
O período pós-eleitoral em Moçambique tem sido marcado por manifestações lideradas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que contesta os resultados anunciados e aguarda validação pelo Conselho Constitucional. Confrontos esporádicos têm ocorrido, com maior incidência em Maputo, mas as autoridades portuguesas garantem estar a acompanhar a situação de perto.
O embaixador concluiu com um apelo à cooperação e diálogo como meios para superar os desafios enfrentados pelo País. “Estamos certos de que os moçambicanos encontrarão uma solução para os seus problemas e de que, como comunidade, devemos continuar a mostrar resiliência e apoiar-nos mutuamente”.