A central eléctrica a gás da Globeleq no País, concebida para aumentar a electricidade, foi adiada por vários meses até 2025 devido às condições meteorológicas extremas, informou esta segunda-feira, 2 de Dezembro, a Bloomberg.
Segundo o órgão, esperava-se que o projecto da Central Térmica de Temane, de 450 megawatts, começasse a produzir energia este ano, antes de os sistemas meteorológicos danificarem a linha costeira perto do local onde a central está a ser construída.
“O projecto de Temane sofreu atrasos devido ao impacto do ciclone Freddy no ano passado e da tempestade tropical Filipo no início deste ano”, afirmou a Globeleq numa resposta a perguntas, acrescentando: “Como consequência, a entrada em funcionamento do projecto está atrasada e deverá ter início no segundo trimestre do próximo ano.”
O ciclone Freddy matou dezenas de pessoas, desalojou milhares e destruiu casas e estradas em Moçambique no início do ano passado. A tempestade tropical Filipo atingiu o País em Março deste ano.
Os países africanos que detêm gás natural – muitas vezes descoberto por empresas estrangeiras que desenvolvem projectos para exportar os recursos – estão a tentar utilizar o combustível para industrializar as suas economias. A conclusão de fábricas deste tipo no continente tem sido rara e o projecto em Moçambique surgiu como um potencial sucesso com financiamento de bancos internacionais de desenvolvimento.
Em 2021, a Globeleq chegou ao fecho financeiro com os seus parceiros, como a estatal Electricidade de Moçambique e a Sasol. A construção da fábrica de Temane, no valor de 41,2 mil milhões de meticais (652 milhões de dólares), começou em Janeiro de 2022.
O projecto mais amplo, incluindo o desenvolvimento de gás e redes regionais, atrairá mais de 126,4 mil milhões de meticais (dois mil milhões de dólares) de investimento, disseram as empresas anteriormente. A International Finance Corporation, a US International Development Finance Corporation e o Fundo da OPEP para o Desenvolvimento Internacional também estiveram envolvidos no financiamento.
A central foi concebida para satisfazer a procura de 800 mil consumidores num país onde apenas um terço da população tem acesso à electricidade. A British International Investment detém 70% da Globeleq e o fundo de investimento norueguês Norfund detém o restante.