O Banco de Moçambique (BdM) reconheceu nesta segunda-feira, 2 de Dezembro, que há uma “pressão elevada” provocada pelo endividamento interno do Estado que, no presente ano, cresceu 95,7 mil milhões de meticais (1,4 mil milhões de dólares).
De acordo com uma informação partilhada pelo banco central, o endividamento público interno, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situa-se agora nos 408,1 mil milhões de meticais (6,3 mil milhões de dólares).
“A pressão sobre o endividamento público interno mantém-se elevada. O mesmo cresceu cerca de 5,5 mil milhões de meticais desde a reunião do Comité de Política Monetária (CPMO), realizada em 30 de Setembro”, sustentou o BdM através de um documento citado pela Lusa.
Segundo a instituição financeira, o peso do endividamento interno em função do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 18,1% em Dezembro de 2020 para 26,5% em Novembro deste ano.
A taxa de juro média ponderada da carteira de empréstimos do Governo subiu de 5% em 2021 para 6,5% em 2023, acumulando um aumento de 150 pontos-base em dois anos. Este crescimento pressiona o orçamento público, em especial num contexto de maior concentração de vencimentos no curto prazo, o que aumenta o risco de refinanciamento.
As emissões de dívida interna têm sido uma ferramenta central para a gestão financeira de Moçambique, permitindo ao Governo captar recursos sem recorrer a empréstimos externos.
Contudo, o ritmo de crescimento desta dívida levanta preocupações sobre a sustentabilidade a longo prazo e os custos associados, numa altura em que as taxas de juro estão em alta devido ao contexto económico global.