O ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, afirmou que a Fly Modern Ark (FMA) cumpriu com o seu mandato, que era “devolver a sustentabilidade” às Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) e tornar a empresa mais competitiva no mercado. No entanto, pediu “paciência” para que a companhia volte a ser robusta como antes.
“A companhia estava insolvente, e em menos de um mês a FMA mostrou dados positivos e progressos. Foram investidos milhões de dólares. Então, se nós não conseguimos apreciar isso como um passo positivo, penso que não seremos razoáveis”, argumentou o governante citado pelo jornal O País.
Na sua intervenção, Magala destacou que a entidade sul-africana introduziu novas rotas, assim como dinamizou os serviços domésticos, salientando que as viagens nacionais estão mais rentáveis.
“Estamos a voar em Portugal e a nível nacional, verificamos que as viagens são mais frequentes e rentáveis, apenas a rota Tete-Maputo é que ainda apresenta deficiências em termos de lucro”, sublinhou.
O ministro destacou que ainda se precisa de mais tempo para que os resultados sejam mais visíveis. “A primeira fase foi realmente tentar estabilizar a LAM e reduzir todas as reclamações que haviam. Agora surgiu um novo desafio, que é o de aumentar a frota e melhorar o nosso serviço, o que requer recursos financeiros e conhecimento”.
A FMA implementou uma série de medidas para optimizar a gestão da companhia, melhorar a manutenção das aeronaves e reforçar a segurança. A continuidade dos serviços, nomeadamente em destinos como Joanesburgo, Dar-es-Salaam, Harare, Lusaca, Cidade do Cabo e Lisboa, foi um dos resultados positivos do trabalho de reestruturação.
Entretanto, durante a sua gestão, a Fly Modern Ark identificou esquemas de desvio de dinheiro nas operações da LAM, que resultaram em prejuízos de cerca de 222 milhões de meticais, foram facilitados por terminais de pagamento automático (TPA/POS) que não eram controlados pela empresa, mas que foram utilizados em lojas de venda de bilhetes. Estas denúncias levaram o Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) de Moçambique a abrir uma investigação, que ainda está em curso, visando apurar responsabilidades nas fraudes e avaliar a gestão da frota da companhia.
O término da parceria com a Fly Modern Ark coincidiu com uma mudança na liderança da LAM. Em Julho de 2024, Américo Muchanga foi nomeado presidente da transportadora, substituindo Theunis Christian de Klerk Crous.