O Banco Mundial fez saber que dispõe de um total de 300 milhões de dólares para apoiar no projecto de dinamização do Corredor de Lobito que liga a Zâmbia, Angola e República Democrática do Congo (RDCongo) e que possui potencial para expandir a exportação de bens.
De acordo com a vice-presidente da instituição, Victoria Kwakwa, a verba vai abrir espaço para a criação de emprego e para capacitar 12 mil Micro, Pequenas e Médias Empresas que operam ao longo deste corredor ferroviário e económico, que vai do Porto do Lobito até à República Democrática do Congo e norte da Zâmbia.
“Temos 300 milhões de dólares para apoiar as empresas nas actividades, ajudando-as a crescer e ligarem-se umas às outras, melhorando o acesso ao financiamento, serviços e a conhecimentos necessários, para que sejam uma área de crescimento para Angola e para a região”, explicou.
Segundo a responsável, o Corredor do Lobito é importante e estratégico para Angola, mas também para os outros países na região, recordando que o projecto tem impacto em quatro províncias angolanas com oito milhões de habitantes, que representam 25% da população.
“O projecto é claramente de importância estratégica, tem imenso potencial para o desenvolvimento da cadeia de valor da agricultura, frutas, vegetais, há que aproveitar totalmente as potencialidades para garantir o desenvolvimento”, sublinhou.
Victoria Kwakwa defendeu que os países envolvidos têm de trabalhar também na conectividade, onde “cada um tem de criar condições para aumentar o comércio, melhorar as barreiras regulatórias e criar infra-estruturas de conectividade para que a região seja uma fonte de comércio e de progresso”.
A vice-presidente do Banco Mundial para a África Oriental e Austral lembrou que Angola e a instituição financeira que dirige tem em prática uma parceria assente em dois pilares – diversificação económica e melhoria da prestação de serviços públicos básicos -, com uma carteira de 4 mil milhões de dólares, centrado no capital humano, educação, conhecimentos e área digital para fomentar a diversificação da economia.
A conclusão do Corredor do Lobito vai também possibilitar as trocas comerciais entre a Europa, Ásia e o resto de África. O mesmo deverá passar por um total de 16 localidades, entre os três países.
Em Maio de 2023, a Comissão Europeia assinou um acordo de cooperação com os três países (Angola, Zâmbia e República Democrática do Congo) para auxiliar o investimento e desenvolvimento do Corredor do Lobito, que conecta Kabwe, na Zâmbia, a Lobito, em Angola.
O Corredor do Lobito é o primeiro corredor económico estratégico lançado sob a égide da Parceria para as Infra-estruturas e Investimento Global do G7 (PGI). Prevê-se que a linha férrea a recuperar e prolongar crie benefícios económicos de aproximadamente 3 mil milhões de dólares e crie mais de 1250 postos de trabalho durante a sua construção e as operações.