As eleições gerais que aconteceram no dia 9 de Outubro, bem como as manifestações violentas que se seguiram, foram classificados como sendo os acontecimentos do ano em Moçambique e a nível dos países lusófonos, segundo a classificação dos jornalistas da agência Lusa.
Os mesmos elegeram o candidato presidencial do Podemos, Venâncio Mondlane, como personalidade do ano da lusofonia.
As eleições e a onda de violência em Moçambique obtiveram 60 votos, seguindo-se as cheias no Rio Grande do Sul, no Brasil, que fizeram mais de 180 mortos, com nove votos, e a continuada instabilidade política na Guiné-Bissau teve um voto.
Além de Mondlane, que obteve 39 votos, o pugilista David Pina, que conseguiu a primeira medalha olímpica para Cabo Verde, teve 18 votos e a poetisa Adélia Prado, que venceu o Prémio Camões, recolheu 15.
Luís Montenegro, líder social-democrata e primeiro-ministro após a vitória nas legislativas da coligação PSD/CDS, foi escolhido personalidade nacional de 2024, enquanto a escolha da figura internacional recaiu em Donald Trump, que ganhou as presidenciais nos Estados Unidos, regressando à Casa Branca quatro ano depois.
Nestas escolhas participaram 76 jornalistas – 38 votaram nas eleições e mudança de ciclo político em Portugal, seguindo-se, com 24 votos, a morte de Odair Moniz e os tumultos que se seguiram na zona de Lisboa, e, com 12 votos, as polémicas com o sector da saúde.
Luís Montenegro foi votado personalidade nacional por 29 jornalistas, seguindo-se os ciclistas Iuri Leitão e Rui Oliveira, campeões olímpicos em Paris, recolheram 25 preferências. O terceiro, com 20 votos, foi António Costa, o ex-primeiro-ministro que se demitiu por ter o nome envolvido num processo judicial em 2023 e que se tornou presidente do Conselho Europeu em Dezembro.
Como figuras internacionais, Donald Trump liderou as preferências (41 votos), seguido de Alexei Navalny, principal opositor de Vladimir Putin na Rússia, e que morreu em circunstâncias mal esclarecidas numa prisão na Sibéria, com 27 votos. Corina Machado, líder da oposição impedida de concorrer às presidenciais na Venezuela, teve oito votos.
Nos acontecimentos internacionais, as eleições nos Estados Unidos, que ditaram a vitória do republicano Donald Trump, foram a escolha de 38 jornalistas. Em segundo lugar, com 28 votos, surge a escalada da guerra no Médio Oriente – Israel, Faixa de Gaza, Israel e Líbano – e as cheias em Espanha, que mataram mais de 200 pessoas em outubro, tiveram nove votos.
A lista de temas em votação resultou do debate entre a Direção de Informação e os editores da agência. A votação, por email, decorreu entre 19 e 26 de Novembro.
Desde 2016 que os jornalistas escolhem os acontecimentos e figuras do ano nacionais, internacionais e na lusofonia.