A primeira-dama, Isaura Nyusi, revelou que o programa “Meu Kit, Meu Emprego” beneficiou de 2020 até ao primeiro semestre de 2024, um total de 19 772 jovens, dos quais 10 455 são mulheres, uma cifra que corresponde a 53%.
Segundo a dirigente, citada pela Agência de Informação de Moçambique, em igual período, o programa, liderado pela Secretaria de Estado de Juventude e Emprego, entregou 7962 kits de auto-emprego.
Isaura Nyusi falava nesta quinta-feira (28) na cidade da Praia (Cabo Verde), durante o lançamento da campanha “Nós Somos Iguais”, um evento que termina esta sexta-feira (29). A cerimónia foi testemunhada pelo Presidente de Cabo Verde, José Maria das Neves.
“No programa Meu Kit, Meu Emprego atribuímos ferramentas de trabalho em diferentes áreas, para que o jovem possa transformar a sua habilidade e o seu saber técnico em negócio e com ele constituir a sua microempresa de forma rápida, segura e formal”, disse Isaura Nyusi.
A campanha “Nós Somos Iguais” é promovida pela Organização das Primeiras Damas Africanas para o Desenvolvimento (OPDAD) e pretende combater desigualdades de género no continente africano, abordando questões como saúde, educação, empoderamento económico e prevenção da violência baseada no género.
Sobre a retenção das raparigas na escola e combate às uniões prematuras no País, Isaura Nyusi disse que é patrona, desde 2021, do programa “Eu Sou Capaz”, uma iniciativa financiada pelo Banco Mundial.
Por isso, até 2024, segundo a esposa do Presidente da República, a iniciativa prevê apoiar 600 mil raparigas da 5.ª à 7.ª classe, de sete províncias nacionais. O facto vai proporcionar melhores oportunidades de educação e empoderamento, através de acções que estimulem a sua retenção na escola, desencorajem uniões prematuras e forçadas e gravidez precoce na adolescência.
A iniciativa distribui gratuitamente material escolar, uniformes e bicicletas para as alunas que transitam para a 8.ª classe. “Empoderamos a rapariga através de programas de formação profissional e de estágios pré-profissionais”, vincou a primeira-dama, acrescentado que cerca de 20 mil raparigas beneficiaram, desde 2020 até agora, de estágios pré-profissionais em todo o território nacional.
Na qualidade de Presidente do Movimento de Advocacia, Sensibilização e Mobilização de Recursos para Alfabetização (MASMA), iniciativa que visa mobilizar a sociedade para a sua participação de forma activa e colectiva na redução das taxas de analfabetismo, Isaura Nyusi reconheceu o grande potencial dos países africanos para alavancar o seu capital humano.
No entanto, explicou que é necessário que sejam envidados esforços no presente e no futuro para investir na educação e na formação das crianças e dos jovens.
Por isso, de acordo com Isaura Nyusi, os países africanos poderão posicionar-se para colher os benefícios da produtividade económica acrescida do dividendo demográfico, que ocorre quando existe uma grande população activa em relação ao número de dependentes.
“Devemos ainda lutar para a continuação da expansão da rede escolar; redução do número de crianças sentadas no chão e apostar, cada vez mais, no ensino gratuito para o nível básico e secundário”, vincou.