Nos próximos dias, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) submeterá ao Governo uma proposta de medidas de curto e médio prazo para mitigar os impactos económicos das recentes manifestações violentas ocorridas no País. A proposta foi elaborada após uma reunião da organização com diversas associações empresariais em Maputo.
De acordo com uma publicação do jornal notícias, o objectivo das medidas é combater os efeitos devastadores dos tumultos e vandalizações que têm atingido especialmente a cidade e a província de Maputo, no contexto dos protestos contra os resultados eleitorais.
A proposta da CTA abrange áreas como a legislação laboral, administração fiscal, apoio financeiro e outras iniciativas que visem aliviar as empresas do peso das paralisações forçadas e dos danos materiais. A confederação já alertou para a gravidade da situação, afirmando que, caso os protestos e os bloqueios à circulação continuem, a falência de empresas pode tornar-se uma realidade inevitável devido aos prejuízos acumulados.
Além disso, a restrição do acesso à Internet tem exacerbado ainda mais a crise, já que afecta as operações de comércio externo, comprometendo transacções financeiras e bancárias. O impacto estende-se aos serviços dependentes de pagamentos electrónicos, dificultando a fluidez da economia. O teletrabalho, adoptado por muitas empresas como alternativa ao bloqueio de vias, também se tem mostrado uma solução ineficaz, prejudicando ainda mais as relações entre empresas e mercado.
Numa avaliação preliminar, a CTA constatou que a paralisação das actividades comerciais provocou perdas superiores a 1,4 mil milhões de meticais em apenas um dia, afectando principalmente o sector informal, que registou danos indirectos superiores a 90%. Além disso, a entidade reportou perdas avaliadas em 45,5 milhões de dólares devido a actos de vandalismo.
Estes números mostram a fragilidade da economia moçambicana, que enfrenta elevados índices de desemprego e, consequentemente, a incapacidade de muitas empresas de arcar com custos como o pagamento de salários.
O impacto das manifestações vai muito além dos danos físicos causados pelos tumultos. A paralisação das actividades comerciais está a colocar em risco a sustentabilidade de empresas de diferentes sectores da economia, agravando um quadro de instabilidade económica e social que pode afectar a vida de milhares de cidadãos, especialmente os trabalhadores informais, que já enfrentam dificuldades para garantir o seu auto-sustento.
Diante desta situação, a CTA continua a recolher contribuições de empresários e realizará um diagnóstico aprofundado da crise. O objectivo é apresentar ao Governo uma proposta robusta, que inclua medidas eficazes para garantir a recuperação da economia e a continuidade das actividades empresariais em Moçambique.