A empresa pública de electricidade da Namíbia, Namibia Power Corp, quer angariar 450 milhões de dólares através da venda de obrigações no país e de empréstimos de bancos de desenvolvimento para ajudar a nação do Sudoeste africano a aumentar a produção de energia.
A Namibia Power Corp. informou ter assinado contratos de empréstimo no valor total de 175 milhões de dólares com o KfW e com a Agence Française de Développement (AFD) – bancos de desenvolvimento da Alemanha e da França -, estando, neste momento, a preparar um empréstimo de montante não especificado com o Banco Mundial.
A empresa prevê também angariar 275 milhões de dólares através de uma emissão de obrigações destinada a investidores nacionais, a ser cotada na Bolsa de Valores da Namíbia no primeiro trimestre de 2025, afirmou o director-geral Kahenge Haulofu.
O KfW – banco estatal alemão de investimento e desenvolvimento, o terceiro maior banco da Alemanha em balanço – irá disponibilizar 69 milhões de dólares para um projecto de parque solar em Rosh Pinah, no Sul da Namíbia. A AFD comprometeu-se a conceder 105 milhões de dólares para o projecto de biomassa da Namíbia, que visa produzir energia através da queima de arbustos invasores que se instalam nas pastagens do país.
A nação do Sudoeste africano está a tentar acabar com uma dependência de longa duração das importações de energia eléctrica da vizinha África do Sul, diversificando a combinação de fontes de produção de energia.
O início desse esforço concentrou-se na tecnologia solar, que levantou questões complexas sobre a forma de equilibrar a procura na rede, com o pico de utilização a ocorrer durante a noite, enquanto a energia solar fornece a maior parte da energia durante o dia.
A capacidade de produção planeada inclui energia solar, eólica, biomassa e o projecto de energia Anixas II, de 50 Megawatt (MW), em Walvis Bay, que utilizará fuelóleo com muito baixo teor de enxofre, gasóleo ou gás natural, afirmou a NamPower. Serão instaladas baterias para armazenar energia para utilização durante as horas de ponta.
O país da África Austral, que possui um dos melhores potenciais solares do mundo, está também a considerar a possibilidade de designar o meio-dia como fora de horas de ponta, altura em que cobrará menos pela electricidade. Tal “incentivará os geradores a instalar baterias de armazenamento de energia para transferir a energia do dia para as horas de ponta ou considerar tecnologias alternativas”, reiterou a empresa.
A Namíbia está também a planear uma série de projectos de hidrogénio verde, que geram o combustível através da separação da água, utilizando electricidade de centrais eléctricas renováveis. Pretende também utilizar os recursos de gás natural encontrados ao largo da sua costa, juntamente com as descobertas de petróleo da TotalEnergies e da Shell, nas águas do oceano Atlântico.
Alguns dos projectos energéticos previstos para a Namíbia:
- Central solar de Omburu
Capacidade: 20 MW.
Entrada em funcionamento: 2022.
- Projecto eólico IPP de Luderitz
Capacidade: 50 MW.
Operação planeada: quarto trimestre de 2026.
- Projecto Solar IPP de Khan
Capacidade: 20 MW.
Operação planeada: primeiro trimestre de 2025.
- Central solar de Rosh Pinah
Capacidade: 70 MW.
Conclusão prevista: segundo trimestre de 2026.
- Projecto de biomassa de Otjikoto
Capacidade: 40 MW.
Conclusão do projecto: segundo trimestre de 2027.
Fonte: Engineeringnews