O candidato presidencial Venâncio Mondlane declarou estar disposto a participar na reunião convocada pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, com os quatro candidatos presidenciais das últimas eleições gerais. Contudo, estabeleceu condições claras para o encontro: a existência de uma agenda previamente definida e a garantia de transparência, com abertura à imprensa, à sociedade civil e à presença de mediadores internacionais.
Mondlane anunciou a sua posição durante uma transmissão nas redes sociais, sublinhando que “diálogos sem agenda são apenas encontros vazios.” O candidato revelou que irá submeter esta sexta-feira (22) um documento ao gabinete da Presidência, contendo propostas recolhidas de milhares de moçambicanos que o apoiam e desejam uma solução para a actual crise política e social. Segundo ele, o documento apresenta cerca de 20 pontos que reflectem as expectativas do povo para um diálogo significativo e inclusivo.
O político enfatizou também a necessidade de a reunião ser pública. “Não podemos aceitar ‘segredinhos’ nem portas fechadas. Este é um momento histórico que exige transparência total. A imprensa, a sociedade civil e os mediadores internacionais devem estar presentes para garantir que todas as vozes sejam ouvidas e os resultados sejam legítimos”, declarou.

Mondlane afirmou ainda que as exigências decorrem da sua responsabilidade para com os cidadãos e de um compromisso com a democracia, reiterando que o objectivo do encontro deve ser encontrar soluções pacíficas para a contestação aos resultados das eleições gerais, cujos números oficiais continua a questionar, devido a alegadas irregularidades no processo.
O Presidente Filipe Nyusi, por sua vez, convocou o encontro como parte dos seus esforços para estabilizar o País, que enfrenta um período de manifestações e tensão política. Num discurso recente, Nyusi destacou a importância de um diálogo entre todas as partes envolvidas, apelando à união dos moçambicanos.
Mondlane, que lidera os protestos contra os resultados eleitorais, reforçou o apelo à comunidade internacional para que acompanhe de perto a situação no País. O candidato do Podemos pediu a atenção de organizações como a ONU, a SADC e a União Europeia, afirmando que o apoio internacional é fundamental para garantir a justiça e a estabilidade em Moçambique.
Com a reunião agendada, resta saber se as condições impostas por Mondlane serão atendidas, um ponto crucial para a sua participação no diálogo que poderá definir os rumos do País.
Texto: Germano Ndlovo