O Governo, em coordenação com a Comissão Técnico-Científica sobre Mudanças Climáticas (CTCMC), aprovou um plano de contingência no valor de 43,3 milhões de meticais para mitigar os impactos da época chuvosa 2024-25. O orçamento será alocado aos sectores da Saúde, Educação, Agricultura, Estradas e Energia, com financiamento assegurado pelo Executivo e parceiros.
De acordo com Agência de Informação de Moçambique, do montante total, 17,7 milhões de meticais serão destinados ao Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), enquanto os sectores da Saúde, Educação e Agricultura receberão 3,1 milhões, 8,3 milhões e 11 milhões de meticais, respectivamente. Outros 3,2 milhões de meticais serão alocados à Delegação do Instituto Nacional de Acção Social (INAS).
O porta-voz da CTCMC, Amós Maúre, destacou, em conferência de imprensa, que a previsão meteorológica para a próxima época aponta para chuvas normais com tendência acima do normal, especialmente entre Outubro e Março. A precipitação estimada varia entre 200 a 300 mm no primeiro período (Outubro a Dezembro) e 300 a 400 mm no segundo (Janeiro a Março), havendo também possibilidade de ocorrência de ciclones.
Maúre alertou para os potenciais impactos nos sectores mais vulneráveis, como a Agricultura, Saúde e Educação. Segundo o porta-voz, tanto o excesso como a escassez de chuva podem afectar severamente a produção agrícola.
O sector da Saúde enfrenta ainda o risco acrescido de propagação de doenças como a malária, devido à proliferação de mosquitos em zonas húmidas. Infra-estruturas como escolas e estradas também poderão ser danificadas.
O plano de contingência incorpora ainda recomendações da CTCMC para atender as vítimas de desastres, incluindo os deslocados pelo terrorismo em Cabo Delgado. Entre as acções previstas destacam-se o reforço das medidas de prevenção e a implementação de respostas rápidas para minimizar os danos causados por eventos climáticos extremos.
A época chuvosa e ciclónica anterior foi marcada por chuvas intensas, que resultaram em inundações afectando 49 761 pessoas e provocando a destruição de casas, escolas, centros de saúde e vias de acesso. O Governo espera que as medidas adoptadas este ano contribuam para reduzir os impactos e proteger as comunidades mais vulneráveis.