Um grupo de cientistas brasileiros do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) desenvolveu uma pele artificial, utilizando uma impressora 3D. O estudo, publicado recentemente na revista científica britânica Nature, detalha o desenvolvimento da pele, chamada de Human Skin Equivalent with Hypodermis.
A produção da pele artificial levou 18 dias e contou com a colaboração de investigadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no Brasil, e da Universidade do Porto, em Portugal, que ajudaram a analisar os dados e a optimizar as técnicas de bioimpressão.
De acordo com o site Canaltech, a inovação tem como objectivo reduzir os testes em animais e proporcionar um melhor atendimento a pessoas queimadas ou feridas. Por ter características muito semelhantes à pele humana, o material pode ser utilizado em estudos de diversas doenças, além de ser aplicado em tratamentos e testes de medicamentos.
O primeiro deles, já em andamento com investigadores da Holanda, analisa as características da pele de diabéticos, cuja cicatrização é complicada e apresenta alto risco de amputações de membros inferiores.
“A inclusão da hipoderme não só replica a arquitectura da pele humana, como permite o estudo aprofundado dos processos biológicos de uma forma mais precisa e ética”, afirmou a coordenadora do estudo, Ana Carolina Figueira, do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) do CNPEM.
Esta estrutura da pele permite obter resultados mais próximos da fisiologia humana, o que representa um avanço significativo para o sector farmacêutico e cosmético.
Os cientistas estão a trabalhar nesta investigação desde 2021 e já desenvolveram outros tecidos. Entre eles, um usado como curativo para recuperar áreas danificadas no coração de pessoas com ataques cardíacos.