O líder do Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), Albino Forquilha, descartou esta quarta-feira (20) a utilidade de uma reunião entre o Presidente da República (PR) e os quatro candidatos presidenciais, convocada por Filipe Nyusi, argumentando que a questão eleitoral é uma “contenda matemática” que só será resolvida com uma recontagem transparente dos votos, tal como informou a Lusa.
“O que quer o Presidente conversar com os candidatos? Esta situação exige justiça eleitoral e não reuniões. O Conselho Constitucional (CC) deve garantir uma recontagem dos votos de forma transparente, com a presença de observadores nacionais, internacionais e jornalistas”, afirmou Forquilha.
O líder do Podemos, que apoia o candidato Venâncio Mondlane, criticou ainda a eliminação das competências dos tribunais distritais para ordenar recontagens de votos, transferindo essa responsabilidade para o CC, o que considera uma “tentativa de proteger o derrotado” nas eleições.
Manifestações para manter a pressão
Albino Forquilha garantiu que as manifestações pós-eleitorais vão continuar até que seja reposta a “verdade eleitoral”. “Agora é o momento de fazer esta investida, antes da proclamação oficial dos resultados. Depois disso, qualquer contestação será considerada desobediência”, sublinhou.
Segundo o líder do Podemos, os actos de protesto têm como objectivo pressionar as autoridades a reconhecerem as alegadas irregularidades nos resultados anunciados pela Comissão Nacional de Eleições, que atribuíram a vitória a Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frelimo, com 70,67% dos votos.
Apelo à transparência
“O Presidente deve assumir um papel activo e ordenar a confrontação dos dados eleitorais para evitar que manifestações violentas fragilizem o País. A justiça eleitoral é essencial para pacificar Moçambique”, acrescentou Forquilha.
Por sua vez, o candidato Venâncio Mondlane apelou à adesão de três dias de luto nacional, em memória das “50 vítimas mortais” das manifestações pós-eleitorais, pedindo uma paragem de 15 minutos com buzinões como forma de protesto pacífico.
Os resultados eleitorais aguardam validação pelo Conselho Constitucional, enquanto a oposição intensifica os apelos por transparência no processo.