Uma nova tendência de churrasco está a popularizar-se em Maputo, sobretudo entre os jovens: é a “xibutxana”. O nome vem da língua xichangana, falada no sul do País, e numa tradução literal significaria “pequena catana”. O nome inusitado para a área da restauração deriva do instrumento usado para cortar a carne: a “catanita”.
É difícil definir quando é que esta moda começou, mas a xibutxana já ganhou tantos simpatizantes que se tornou num estilo de referência para quem deseja comer carne de porco. Talvez pela simplicidade que caracteriza estes lugares ou pela maneira prática como se faz.
O guião é comum: os clientes pedem a quantidade de carne que desejam, que é cortada e pesada no local. É temperada de acordo com o gosto do cliente e assada na hora, sobre brasas. Os clientes têm o privilégio de acompanhar cada uma destas etapas, visto que tudo é feito à sua frente, em espaços abertos.
O ambiente nos locais onde se vende e come xibutxana é outro componente característico. Ao ar livre, com a possibilidade de dispor as mesas como convier, o espaço pode ser adaptado para estar com amigos ou família. Precaução: tente controlar o apetite!
A carne de porco predomina e, a acompanhar, é frequente encontrar xima (farinha de milho), batata frita ou saladas de diferentes tipos.
Moçambique não é o primeiro país a seguir esta tendência. Em 2019, alguns jornais e revistas retrataram um cenário igual no Brasil, concretamente na cidade de São Paulo, onde restaurantes integram a brasa, no exterior, em vez de cozinhas mais elegantes, porque “sentiam falta da potência do fogo nas receitas”.
“Xibutxanas” pelo mundo
Em Moçambique e no Brasil, coloca-se a carne numa grelha, sobre as brasas, mas existem outras formas de integrar o calor e o fogo em receitas de carne. Nos Estados Unidos é comum o “pit smoker”, uma mistura entre churrasqueira e fumeiro.
A lenha é colocada numa caixa lateral, sem contacto com as carnes, com uma entrada de ar que leva o fumo para dentro do compartimento onde a carne está colocada e onde vai defumando, lentamente, a uma temperatura de cerca de 120°C.
Na Coreia do Sul , este tipo de churrasco é feito em mesas que têm um vão, no meio, com uma grelha de ferro e um cesto de brasas, onde o próprio cliente grelha as carnes e vegetais que vai comer.
Texto: Filomena Bande