O Mercado Grossista do Zimpeto continua a registar uma escassez de produtos devido às manifestações convocadas pelo candidato presidencial do partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), Venâncio Mondlane, que reivindica a sua vitória nas eleições de 9 de Outubro último, informa a Agência de Informação de Moçambique.
Segundo aquele órgão, os produtos que registam alguma escassez incluem o tomate e batata e, consequentemente, o seu preço conheceu um agravamento. Antes das manifestações, uma caixa de tomate que custava entre 350 à 400 meticais, hoje é comercializada entre 1200 à 1400 meticais, devido à escassez do produto.
A AIM conta que esta é uma das consequências das manifestações que estão a restringit a circulação de pessoas e bens na Fronteira de Ressano Garcia, principal porta de entrada dos produtos importados da vizinha África do Sul (principal fornecedor).
Outra razão da falta do tomate, e consequentemente, a sua subida galopante do preço, tem a ver com a chuva que cai nos últimos dois dias na zona sul do País, nos distritos de Chócue, província de Gaza, zona sul e nos distritos de Moamba e Boane, província de Maputo, igualmente principais produtores e fornecedores do tomate.
A cebola e a batata também sofreram uma pequena revisão em alta dos preços, mas ainda dentro da capacidade dos consumidores, tendo em conta que estes produtos, para além da África do Sul, têm grandes fornecedores a nível interno, nomeadamente, os distritos de Chokwé, Moamba, Boane, entre outros.
As manifestações também estão a comprometer as receitas das autoridades municipais a nível daquele mercado, influenciando a queda da receita para a edilidade, que diariamente colecta em torno de 70 a 80 mil meticais, mas devido à situação actual, caíram para 12 e 15 mil meticais, sendo que, no dia 7 do corrente mês, dia em que os manifestantes tentaram forçar entrada na cidade de Maputo, o Mercado do Zímpeto não conseguiu nenhuma receita.
Em entrevista a AIM, o chefe da Comissão dos Vendedores no Mercado Grossista daquele mercado, Custódio Uchavo, fala de “dias tenebrosos” naquele espaço comercial, com fraca movimentação, tanto de compradores como de vendedores, “criando um ambiente de incerteza num dos principais mercados grossistas do País”.
“A situação do mercado depois do anúncio da quarta vaga é de agitação e incerteza. No mercado temos falta de alguns produtos e os outros sofreram agravamento de preços, como o caso do tomate. A batata e cebola, como vem da África do Sul, com o problema da fronteira, também regista aumento do preço, mas ainda temos algum stock”, disse.
A fonte pediu o fim da tensão pós-eleitoral e apela a todas as partes para que encontrem uma saída para colocar ponto final as manifestações em curso, que estão a criar problemas gravíssimos na economia.
O Mercado Grossista de Zimpeto regista a entrada diária de mais de 50 camiões com produtos diversos, mas este número caiu nas últimas semanas para menos da metade.