A Administração de Infra-estruturas de Água e Saneamento (AIAS) anunciou nesta terça-feira, 12 de Novembro, que foram rejeitadas todas as propostas dos empreiteiros para a obra de protecção costeira na província de Sofala, Centro do País, por não cumprirem os requisitos técnicos necessários.
De acordo com a directora-geral da AIAS, Rute Nhamucho, o projecto avaliado em 60 milhões de dólares, financiado pelo Banco Mundial, pelos bancos dos Países Baixos e da Alemanha, tem como objectivo reduzir os impactos associados aos eventos climáticos extremos, como os ciclones, que têm ocorrido particularmente na cidade da Beira.
Nhamucho relatou que o concurso internacional foi lançado este ano e compreendeu duas etapas: a primeira da avaliação das propostas técnicas e a segunda das avaliações financeiras. “Quando terminámos todo o processo de avaliação técnica, elaborámos um relatório de avaliação, conforme os mecanismos dos financiadores, conjugado com aquilo que são as nossas normas internas. Deste processo, não foi possível seleccionar nenhuma empresa que pudesse passar para a fase subsequente”, argumentou.
A dirigente daquela instituição frisou que participaram no concurso oito empresas e que as propostas serão devolvidas, porque nenhuma respondia cabalmente aos requisitos, recordando que o projecto da protecção costeira irá intervir em 14 quilómetros da linha de costa.
“Estamos a falar de um processo que está a ser conduzido com toda a transparência, respeitando as normas e regulamentos, tanto dos financiadores como os nacionais”, destacou numa informação avançada pela Lusa.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afectados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre Outubro e Abril.
Eventos extremos, como ciclones e tempestades, provocaram pelo menos 1016 mortos no País entre 2019-23, afectando cerca de 4,9 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Em 2019, a província de Sofala, no centro de Moçambique, foi atingida pelo ciclone Idai, que provocou 403 mortos, afectou mais de um milhão de pessoas e feriu outras 1597.