A África do Sul está a enfrentar um ambiente comercial global complexo, dando prioridade ao aprofundamento dos laços em África e ao reforço das suas relações com a China, o seu maior parceiro comercial.
O ministro do Comércio, Parks Tau, salientou os desafios colocados pela escalada das tensões comerciais globais, especialmente entre os Estados Unidos da América (EUA) e a China, bem como os novos impostos europeus sobre as importações de carbono. No entanto, devido à preocupação com a possibilidade de uma guerra comercial global durante a Presidência de Trump, a África do Sul está a apostar na integração regional através da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) para atenuar os choques externos e tirar partido da força económica colectiva de África.
Parks Tau sublinhou o potencial transformador da ZCLCA, unindo 1,3 mil milhões de pessoas num bloco económico de 3,4 biliões de dólares. Ao aproveitar os minerais críticos do continente e desenvolver indústrias de valor acrescentado, as nações africanas podem passar de meros exportadores de matérias-primas a produtores de bens refinados. O responsável também vê oportunidades para o país expandir as suas exportações de produtos de linha branca, aço, equipamento mineiro e serviços empresariais para outros países africanos, fomentando o comércio intracontinental que cria resistência contra incertezas externas.
No plano internacional, a África do Sul pretende reforçar as suas relações comerciais com a China, nomeadamente em sectores como a carne de bovino e os produtos manufacturados. O aumento do investimento chinês na indústria automóvel sul-africana está também no horizonte, com uma delegação chinesa a visitar o país na próxima semana. Os comentários de Tau reflectem o posicionamento estratégico da África do Sul para beneficiar da expansão económica da China, mantendo simultaneamente relações de colaboração com os EUA e a Europa.
A nível nacional, o responsável abordou os desafios colocados pelas leis sul-africanas relativas ao Black Economic Empowerment, que exigem 30% de participação no capital por parte de grupos historicamente desfavorecidos. Reconhecendo as dificuldades que isto representa para os investidores estrangeiros, como a Starlink de Elon Musk, o ministro confirmou que o Governo está a considerar ajustes para tornar o cumprimento mais viável. Esta abordagem sublinha o empenho da África do Sul em equilibrar a inclusão com o seu objectivo de atrair investimento estrangeiro para impulsionar o crescimento económico.
Fonte: Further Africa