A Bitcoin ultrapassou os 80 mil dólares pela primeira vez, atingindo um valor recorde de 80,1 mil dólares no domingo (10), impulsionado pela crescente adopção de activos digitais e pela expectativa de um congresso com legisladores pró-cripto nos Estados Unidos da América (EUA). A valorização foi acelerada pela promessa do Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de colocar o país no centro da indústria de criptoactivos.
A criptomoeda valorizou 4,7% após Trump ter afirmado durante a campanha que iria apoiar o crescimento do sector de activos digitais. A vitória de Trump, com o Partido Republicano a controlar o Senado e a caminho de assegurar uma maioria na Câmara dos Representantes, trouxe mais confiança ao mercado cripto.
“Era apenas uma questão de tempo até vermos um aumento, dado que a percepção de Trump é de ser pró-criptoactivos. E é isso que estamos a ver agora”, afirmou Le Shi, director executivo da empresa de trading Auros, à Bloomberg.
Desde o início do ano, a Bitcoin teve uma valorização de cerca de 91%, beneficiando da forte procura por parte de fundos norte-americanos e dos cortes nas taxas de juro promovidos pela Reserva Federal dos EUA.
Com esta subida, a Bitcoin superou outros tipos de investimento, como acções e ouro, atingindo novos recordes após as eleições nos EUA. No entanto, a postura de Trump contrasta com a do actual Presidente, Joe Biden, que tem adoptado uma posição mais restritiva em relação aos criptoactivos.
Gary Gensler, presidente da Securities and Exchange Commission (SEC), criticou repetidamente o sector, acusando-o de ser permeado por fraudes e má conduta. A forte desvalorização dos criptoactivos em 2022, acompanhada de falências de grandes empresas do sector, como a exchange FTX de Sam Bankman-Fried, alimentou as preocupações do regulador.
Durante a corrida presidencial, empresas e gestores de activos digitais financiaram substancialmente as campanhas de candidatos mais favoráveis ao sector, com o objectivo de garantir um ambiente regulatório mais amigável.