Três dias de protestos concentrados nas onze capitais de província, nos portos e nas fronteiras, seguidos de dois dias de pausa. É o apelo de Mondlane para o início da quarta fase de manifestações que começou logo por dizer que será dividida em várias etapas.
Venâncio Mondlane anunciou esta segunda-feira o plano para a quarta etapa das manifestações em Moçambique. Ou antes, a “primeira fase da quarta etapa”, porque a segunda fase só será anunciada depois. Esta “abertura oficial”, como o próprio definiu, vai contar com três dias de protestos, entre quarta e sexta-feira (dias 13, 14 e 15 de novembro), seguidos de nova pausa no fim de semana.
O candidato às eleições presidenciais moçambicanas do passado dia 9 de outubro destacou, contudo, que as manifestações desta etapa terão “um carácter diferente”. Isto porque, em vez de se espalharem por todo o país, estarão concentradas em três grandes pontos: um primeiro grupo deve dirigir-se para as onze capitais de província, um outro para os portos e um último para as fronteiras, portos e corredores logísticos. “Do Rovuma ao Maputo”, Mondlane apelou ao bloqueio das principais vias de acesso por parte dos camionistas, a exemplo do que aconteceu na semana passada em Ressano Garcia, o principal posto fronteiriço do País, que liga Moçambique à África do Sul.
Ao contrário do que aconteceu até agora, os protestos “não vão acontecer em todos os bairros”, disse Mondlane. Elas vão concentrar-se “nas capitais provinciais”.
O objectivo é “concentrar os protestos” que se têm multiplicado pelo País, anunciou, em directo nas suas redes sociais, a partir de “parte incerta” onde se encontra exilado e de onde tem proferido longos discursos, em que apela ao fim “dos raptos, da pobreza da população e à reposição da verdade eleitoral”.
Mondlane, que reclama vitória nas eleições vencidas pela FRELIMO, está fora de Moçambique, em parte incerta, desde o final de Outubro e tem encabeçado, à distância, os protestos que têm paralisado Moçambique e multiplicado os confrontos entre população e polícia que já causaram dezenas de mortos e feridos um pouco por todo o País.