A expressão “economia de atenção” foi criada pelo economista alemão Herbert Simon, que sustentava a ideia da existência de limites para a capacidade humana de pensar e, em simultâneo, executar múltiplas tarefas.
Para Simon, “uma riqueza de informações cria uma pobreza de atenção”. Nesse sentido, o objectivo dos produtos deveria ser a melhoria da vida dos seus utilizadores, e não o incentivo de comportamentos viciantes e prejudiciais.
Nos últimos tempos, porém, as companhias têm vindo a reconhecer os reflexos tecnológicos sobre a vida dos consumidores. Diante disso, têm começado a rever os próprios designs para auxiliá-los a “escaparem” das potenciais ciladas da economia de atenção.
Quais são as características da economia de atenção?
Saturação de informações
Uma das características mais marcantes da economia de atenção é a saturação de informações, em que a oferta abundante de dados e conteúdos é superior à nossa capacidade de processamento. Com a grande disseminação das redes sociais, principalmente, e com as publicidades que nos “bombardeiam” a todo o momento, há, actualmente, uma acirrada disputa pela atenção.
Oportunidades com custo
Dentro deste conceito entende-se que quando a atenção está focada numa actividade específica, ela não consegue dedicar-se a outra. Por isso, existe o custo de oportunidade relacionado a onde e como colocar o foco da atenção.
Competição pela atenção
Por existir um grande número de informações, o que leva à falta de atenção em algo específico, muitas empresas, anunciantes, redes sociais e outros entram numa espécie de competição pela concentração das pessoas nas suas próprias demandas. A capacidade de captar e manter a atenção acaba por tornar-se um diferencial competitivo.
Algoritmos de informação e personalização da experiência
Os dados e algoritmos de personalização da experiência do utilizador são usados para tornar o foco de atenção mais atraente e relevante. Muitas empresas desenvolvem filtros para decidir o que deve ter a atenção do público em determinado momento.
Análises e métricas
As ferramentas de medição criadas para analisar a atenção das pessoas, como o tempo de permanência numa página, o engajamento nas redes sociais ou a quantidade de cliques numa CTA (‘call to action’ ou chamada de atenção), são usadas dentro do conceito de economia da atenção para ajudar a entender como esse foco é distribuído e como pode ser usado e optimizado.
Impacto social e psicológico
Todo este cenário possui um impacto na vida das pessoas. A competição pela atenção gera uma sobrecarga de informações e estímulos, e os consumidores acabam por ser “bombardeados” por eles, tendo a sua saúde mental afectada.
Considerando que a economia da atenção está estritamente conectada ao intelecto e às emoções dos indivíduos, o stress e a ansiedade são consequências dessa forte actuação dos meios digitais no dia-a-dia das pessoas.
Fonte: Rockcontent