O fecho temporário da fronteira de Ressano Garcia, na província de Maputo, está a causar longas filas de camiões e uma sobrecarga significativa na fronteira de Machipanda, localizada na província de Manica, segundo informou o jornal O País.
A decisão de encerramento, motivada pela recente onda de manifestações violentas em Ressano Garcia, levou muitos camionistas a redireccionar o percurso para Machipanda, principal alternativa para quem transporta mercadorias para o Zimbabué e outros países do interior.
Carlos Sete, um dos camionistas afectados, explica que o encerramento de Ressano Garcia forçou uma mudança drástica nas rotas habituais. “Vejo que, devido à situação na fronteira com a África do Sul, muitos já não estão a usar aquela via e acabam por vir aqui, o que aumenta a espera”, afirmou.
O aumento do fluxo em Machipanda tem sido particularmente problemático, com camionistas a relatar tempos de espera que ultrapassam as 24 horas para atravessar a fronteira. Tawanda Gwara, outro camionista, comenta a situação: “A afluência de camiões, este domingo (10), é maior; todos os motoristas andam de um lado para o outro, tentando avançar na fila.”
A fronteira de Machipanda, que serve como ponto de ligação para os países do interior e é essencial para a passagem de produtos provenientes do porto da Beira, não possui a infraestrutura necessária para lidar com o tráfego extra, o que tem causado congestionamento intenso. Alguns motoristas, numa tentativa de aliviar a espera, foram forçados a circular em contra-mão, uma medida improvisada que exemplifica o caos instalado.
Simba Dube, um dos motoristas na fila, relatou a experiência: “Cheguei de manhã, e a fila estava muito longa. Agora parece estar a andar mais depressa, mas já deveria ter atravessado para o Zimbabué.” A situação levou vários condutores a apelarem às autoridades para encontrarem soluções urgentes que aliviem o tráfego na fronteira.
O fecho de Ressano Garcia, um dos maiores postos fronteiriços do País, tem afectado severamente o fluxo de mercadorias essenciais, com impacto tanto nas cadeias de abastecimento locais como no comércio internacional com países vizinhos. Enquanto se aguardam medidas que restabeleçam a normalidade em Ressano Garcia, as autoridades enfrentam o desafio de controlar a pressão crescente em Machipanda, procurando soluções que reduzam as longas esperas dos camionistas e minimizem o impacto económico do congestionamento na fronteira.