O candidato presidencial Venâncio Mondlane anunciou este sabádo (8) que a próxima e última fase das manifestações de contestação em Moçambique será divulgada na próxima segunda-feira, 11 de Novembro. Em mais um directo na sua página oficial do Facebook, Mondlane classificou a terceira fase dos protestos como um “sucesso” e adiantou que, durante o fim-de-semana, será realizada uma pausa temporária nas manifestações de rua, tal como informou a Lusa.
Segundo Mondlane, esta pausa permitirá que manifestantes e organizadores descansem e se recuperem, destacando que algumas pessoas necessitam de tratamento médico e outras devem retornar aos seus compromissos de trabalho.
“Vamos fazer uma pausa. Temos pessoas que precisam de tratamento médico, temos pessoas que têm de ser enterradas, pessoas que têm de voltar ao trabalho. Sexta, sábado e domingo, a única coisa que vamos fazer é continuar com a manifestação das panelas à hora habitual, mas as manifestações de rua vamos parar”, afirmou.
O candidato, apoiado pelo partido Podemos, destacou também o apoio recebido pela diáspora moçambicana em diferentes países, incluindo os Estados Unidos, Brasil e Portugal, onde manifestações de solidariedade foram realizadas em apoio à causa.
“Pela primeira vez tivemos manifestações de moçambicanos a favor da nossa luta nos EUA, no Brasil e em Portugal”, disse Mondlane, acrescentando que esta terceira fase foi marcada pela união de moçambicanos com outras nacionalidades da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (PALOP), como angolanos e guineenses, numa demonstração de apoio à causa moçambicana.
Mondlane, que descreveu a quarta fase dos protestos como “extremamente dolorosa”, adiantou que as novas medidas serão “demasiado pesadas e duras” devido à falta de resposta do Governo aos apelos populares. Segundo ele, o “braço de ferro” imposto pelo regime, com o uso da força e o aumento da repressão, agrava a tensão e reforça a necessidade de endurecer os protestos, os quais, segundo Mondlane, terão efeitos severos na economia nacional.
Além disso, Albino Forquilha, presidente do partido Podemos, reforçou que as manifestações continuarão “até à reposição da verdade eleitoral”. Forquilha argumentou que o movimento quer garantir que a verdade dos resultados eleitorais seja respeitada e reconhecida.
Com o anúncio da próxima fase marcado para segunda-feira (11), as expectativas para a etapa final dos protestos em Moçambique são altas, com promessas de estratégias reforçadas para fazer face ao momento crítico que o País atravessa.