A empresa de logística Grindrod informou na quinta-feira, 7 de Novembro, que suspendeu as operações portuárias e de terminais em Moçambique, depois de a África do Sul ter encerrado temporariamente a principal fronteira por questões de segurança, na sequência de uma violenta repressão dos protestos pós-eleitorais.
Segundo a Reuters, a suspensão afectará o movimento de bens e mercadorias numa região que já se debate com estrangulamentos logísticos, uma vez que as empresas portuárias e ferroviárias estatais, subfinanciadas, lutam para prestar serviços adequados.
De acordo com grupos de defesa dos direitos humanos, pelo menos 18 pessoas foram mortas nos protestos, numa altura em que os apoiantes da oposição se manifestam contra o que dizem ser uma vitória eleitoral fraudulenta da Frelimo (o partido que governa Moçambique desde 1975).
A autoridade fronteiriça da África do Sul disse na quarta-feira (6) que tinha encerrado a fronteira de Lebombo depois de ter recebido relatos de veículos incendiados no lado moçambicano.
Um comunicado da Grindrod informa que suspendeu as operações portuárias e de terminais em Maputo e Matola após o encerramento da fronteira e a suspensão dos serviços ferroviários.
A empresa faz parte de um consórcio que recebeu uma concessão para operar o porto de Maputo juntamente com a DP World, a Companhia Moçambicana de Caminhos-de-Ferro e a Gestores (uma empresa privada moçambicana).
O porto de Maputo registou um crescimento recorde em 2023, em parte devido ao aumento dos volumes de exportação de carvão e de crómio desviados da África do Sul, onde a empresa pública Transnet não está a conseguir fornecer uma capacidade ferroviária e portuária adequada.
Em 2023, a infra-estrutura portuária movimentou um recorde de 31,2 milhões de toneladas de carga, principalmente minerais, incluindo cobre, crómio, ferrocrómio e carvão, um aumento de 16% em relação ao ano anterior.