O Zimbabué vai retomar, no final deste mês, as conversações com os seus credores com o objectivo de reestruturar a sua dívida externa, que atinge 21 mil milhões de dólares. O país, que enfrenta uma grave crise financeira, procura superar o incumprimento que o tem mantido afastado dos mercados internacionais de capitais desde 1999, informou a Bloomberg.
“Temos estado a trabalhar intensamente para nos libertarmos deste ‘albatroz’ de atrasos externos,” afirmou Mthuli Ncube, ministro das Finanças do Zimbabué, durante uma sessão com legisladores em Bulawayo.
Ncube referiu-se à dívida como um peso significativo sobre a economia nacional, sublinhando que a sua reestruturação é fundamental para recuperar a credibilidade do país no cenário económico internacional.
No próximo dia 25 de Novembro, o Governo zimbabueano realizará um “diálogo de alto nível” com os credores, no qual dará continuidade ao plano de reestruturação da dívida. Segundo Ncube, este será um passo importante para encontrar uma solução que permita aliviar o impacto da dívida no orçamento público e restaurar a posição financeira do país.
O ministro salientou ainda que o Zimbabué, actualmente a braços com uma inflação elevada e uma crise de liquidez, espera que as negociações resultem num caminho para ultrapassar o estado de incumprimento.
Desde o início da década de 2000, o Zimbabué tem enfrentado uma série de dificuldades financeiras, como hiperinflação e escassez de divisas, factores que o afastaram dos mercados de crédito internacionais. A reestruturação da dívida é vista como essencial para restabelecer a confiança, atrair investimento estrangeiro e reintegrar o país na economia global.