Representantes das câmaras de mineração de países africanos com vastos recursos em metais cruciais para a transição energética destacaram os seus activos minerais e perspectivas de investimento durante uma mesa redonda no primeiro dia do fórum Critical Minerals Africa (CMA) 2024. O evento reuniu especialistas e líderes do sector para discutir o potencial e as oportunidades de exploração e desenvolvimento sustentável dos recursos minerais africanos.
No evento, Thomas Gono, presidente da Câmara de Mineração do Zimbabué, enfatizou o enorme potencial do Grande Dyke, uma formação geológica única no seu país, rica em lítio, cobre, platina e outros minerais. “Ainda não explorámos completamente o Zimbabué em busca de lítio. Apenas um projecto na instalação de Bikita produz 300 mil toneladas daquele elemento anualmente. Imaginem a produção se explorássemos o país todo”, afirmou Gono.
O responsável também sublinhou o interesse do Zimbabué em realizar uma exploração ampla de terras raras, destacando-a como uma excelente oportunidade de investimento para o país. Segundo Gono, os recursos minerais do Zimbabué têm potencial de geração de receitas e criação de emprego, especialmente com o desenvolvimento de competências locais e o aumento da capacidade de beneficiar o próprio país.
Por sua vez, Sokwani William Chilembo, representante da Câmara de Mineração da Zâmbia, abordou os obstáculos enfrentados pelo país devido a inconsistências políticas que tem passado, mas destacou que as reformas implementadas desde 2021 estão a criar um ambiente favorável aos investimentos.
“A prioridade tanto para o Governo como para o sector privado é o crescimento. Agora temos canais de comunicação abertos que equilibram os interesses de ambas as partes”, afirmou Chilembo, acrescentando que a estabilidade e colaboração entre o Governo e investidores têm sido fundamentais para o desenvolvimento sustentável da economia zambiana.
O responsável pela Câmara de Mineração da Zâmbia salientou ainda a importância dos recursos de lítio, grafite e terras raras no seu país, que, juntamente com a já consolidada indústria de cobre, abrem novas oportunidades de crescimento e investimento no país.
Por fim, Benjamin Mchwampaka, secretário executivo da Câmara de Mineração da Tanzânia, enfatizou os esforços do seu país em apoiar os pequenos mineradores, com um foco particular na mineração de grafite. “Temos mais de sete milhões de pequenos mineradores, e o seu papel é crucial. A nossa lei mineira actualizada inclui cláusulas especialmente direccionadas ao empoderamento deste grupo,” explicou Mchwampaka, destacando a importância deste sector para a economia local e para a inclusão social.
O fórum Critical Minerals Africa 2024 apresentou uma visão de optimismo e colaboração entre as nações africanas, centrada no uso sustentável dos recursos minerais para impulsionar a transição energética global e promover o desenvolvimento económico no continente.
Fonte: Energy Capital & Power