Apesar de encaminhar-se para uma semana de ganhos, o petróleo está a negociar em baixa esta manhã, numa altura em que os mercados continuam a digerir as possíveis implicações de um segundo mandato de Donald Trump – incluindo possíveis medidas das autoridades chinesas para colmatar as tarifas que o republicano pretende impor sobre os produtos chineses.
A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI), “benchmark” para os Estados Unidos da América (EUA), recua 0,87% para 71,73 dólares por barril. Já o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, desliza 0,70% para 75,10 dólares. No entanto, os dois apontam para ganhos semanais de quase 3%.
A vitória do candidato republicano à Presidência dos EUA levou o dólar a registar a maior subida diária desde Setembro de 2022. O crescimento da divisa norte-americana, que negoceia em máximos de quatro meses, pesa sobre os preços das matérias-primas, uma vez que as mesmas são negociadas nesta moeda no mercado internacional.
Com Trump no poder, os mercados esperam políticas ambientais e energéticas bastante distintas da anterior administração de Joe Biden, que vão ter claros impactos na produção de petróleo e de energia eólica “offshore”. A política externa do país também vai ser extremamente afectada, alimentando a incerteza geopolítica no Médio Oriente e na Ucrânia.
“Ainda existem muitas incógnitas em torno do Médio Oriente e das exportações [de crude] iranianas e venezuelanas sob uma nova administração”, confessou Russell Hardy, do Vitol Group, à Bloomberg. “É ainda prematuro concluir que o mercado vai ter excesso de oferta em 2025”, concluiu.