Os preços do ouro continuam em queda e preparam-se para assinalar a segunda semana seguida no vermelho, com os investidores ainda a digerirem as implicações de um segundo mandato de Donald Trump na Casa Branca.
O corte de 25 pontos base encetado na quinta-feira (7) pela Reserva Federal (Fed) norte-americana parece não estar a dar alento ao metal precioso. O futuro da política monetária do país advinha-se incerto com a chegada de Trump ao poder – e o banco central não se quis comprometer com novos cortes ainda este ano. O ouro tende a beneficiar de uma política mais flexível, uma vez que não rende juros.
“Existe alguma incerteza sobre a trajectória dos cortes nas taxas dos Estados Unidos da América e é por isso que estamos a assistir a este recuo do ouro”, avançou Soni Cumari, estratega de mercadorias do ANZ.
No entanto, o metal precioso pode vir a beneficiar da vitória de Trump no longo prazo. Durante o seu primeiro mandato, os preços do ouro dispararam – e com as políticas actuais do republicano a não se distanciarem muito do passado, o metal pode encontrar aqui um novo catalisador.
“A execução de um défice mais elevado e a aplicação de tarifas são medidas inflacionistas, o que deverá ser positivo para o ouro”, explicou Hugo Pascal, analista da InProved, à Reuters.