A polícia dispersou esta quinta-feira, 7 de Novembro, com gás lacrimogéneo centenas de pessoas que tentavam sair do bairro de Maxaquene, nos arredores de Maputo, em direcção ao centro da capital para se manifestarem contra o resultado das eleições gerais.
Segundo a agência Lusa, a primeira carga policial, cerca das 9h20, levou à dispersão dos manifestantes, mas pouco depois estes voltaram a juntar-se e ripostaram ao gás lacrimogéneo lançando pedras e garrafas na direcção da polícia.
Segundo o órgão, nestes confrontos, pelo menos uma pessoa ficou ferida.
Nas principais ruas de Maputo e nos bairros suburbanos há uma forte presença da polícia e militares, com viaturas blindadas e elementos da Unidade de Intervenção Rápida (UIR). Os manifestantes começaram a deslocar-se a partir dos subúrbios em direcção à capital, que de manhã estava praticamente deserta e com a quase totalidade das actividades e estabelecimentos encerrados.
Tal como acontece há uma semana, esta quinta-feira (7) registam-se novamente fortes condicionalismos no acesso à Internet, nomeadamente às redes sociais.
O anúncio pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) a 24 de Outubro, em que atribuiu a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975) na eleição a Presidente da República, com 70,67% dos votos, espoletou protestos populares, convocados por Venâncio Mondlane.
Segundo a CNE, Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este afirmou não reconhecer os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.
Após protestos nas ruas que paralisaram o País, Mondlane convocou novamente a população para uma paralisação geral de sete dias, desde 31 de Outubro, com protestos nacionais e uma manifestação concentrada em Maputo convocada para esta quinta-feira, 7 de Novembro.
A Ordem dos Advogados de Moçambique alertou que “existem todos os condimentos” para que haja “um banho de sangue”, apelando a “um diálogo genuíno” para que isso não aconteça.